Falcão e o Soldado Invernal foi a série que deu continuidade aos eventos de Vingadores: Ultimato e à franquia Capitão América. Ela tem o mesmo estilo dos filmes do Capitão América em especial Capitão América: O Soldado Invernal dos Irmãos Russos, mas aqui foi dirigido por Kari Skogland.
Aviso: este artigo contém spoilers – revelações do enredo.
A série. como o nome já diz, trata sobre o Falcão, o Soldado Invernal e os personagens coadjuvantes da franquia Capitão América e como eles estão lidando com o mundo após o estalo, ou o blip. Foram cinco anos que o mundo ficou sem metade da população por causa do estalo do Thanos e depois desses 5 anos a gente vê de forma madura as consequências desse mundo como por exemplo como esse mundo ficou abalado. Já havíamos visto as consequências do reaparecimento de metade do mundo de forma cômica em Homem-Aranha: Longe de Casa e de forma romanticamente trágica em WandaVision, mas aqui finalmente vemos as consequências políticas e econômicas. Logo no primeiro episódio vemos o Sam Wilson (Anthonie Mackie) não conseguindo pedir um empréstimo, porque os bancos estão saturados. Ao mesmo tempo você ver o Sargento Bucky Barnes (Sebastian Stan) fazendo terapia, pois ele não consegue se adaptar como um homem fora do seu tempo além de seu passado como o assassino Soldado Invernal e vê o escudo que Steve Roger deu para ele no final de Ultimato sendo entregue para o governo e o governo contratando um novo Capitão América: John Walker (Wyatt Russel), um herói de guerra.
A série começa como uma filme de ação: Sam Wilson, o Falcão, tem uma missão na Tunísia, junto com seu parceiro Joaquim Torres (Danny Ramirez), onde eles tentam capturar o Batroc (George St. Pierre), que retorna desde sua última aparição em Capitão América: O Soldado Invernal. Após isto, Torres está investigando um grupo revolucionário chamado Os Apátridas e a partir daí que começa a ficar interessante, pois o grupo formado é uma consequência direta do retorno das pessoas do estalo. São pessoas que ficaram sem casa e que o governo não deu suporte. O Capitão América e seu parceiro Lemar Hoskins, o Estrela Negra (Cleo Bennet), é enviado para impedir esse grupo e seus caminhos se cruzam com o Falcão e o Sargento Barnes que agora não é mais o Soldado Invernal e sim o Lobo Branco. É neste momento que, ao enfrentarem os Apátridas, descobrem que o círculo interno do grupo é composto por super-soldados. Por conta disso, Bucky decide mostrar a Sam que existiram outros super-soldados e que o governo encobriu como o ex-Capitão América Isaiah Bradley (Carl Lumbly), que se recusa a ajudar por conta da forma como foi tratado por sua própria nação e assim Bucky sugere ir atrás do Barão Helmut Zemo (Daniel Bruhl), que é a pessoa que talvez tenha mais contatos no mundo do crime para de saber de onde tá vindo o soro do super-soldado, o que leva o trio, agora composto pelo moço sério e incorruptível, o ex-assassino amargurado, e o vilão excêntrico, até Madripoor onde eles encontram a ex-agente Sharon Carter (Emily Van Camp) e descobre onde foi feito o soro do super-soldado dos Apátridas.
Apesar de ter momentos bacanas, cenas de ação legais e outros momentos divertidos com o Zemo dançando em Madripoor, a série parece que começa realmente a partir do 4º Episódio O Mundo Inteiro Está Vendo, que é quando eles realmente se aproximam do grupo dos Apátridas. Este, começa um flashback emocionante de como o Bucky foi treinado em Wakanda deixando de ser o Soldado Invernal e se tornando seu Lobo Branco. Também vemos interações legais de Sam com a líder dos Apátridas, Karli Morgenthau (Erin Kellyman), pois este entende o lado deles, apesar de não concordar com suas ações. Tudo muda quando um deles acaba acidentalmente matando o parceiro do Capitão América e este termina matando um deles em praça pública realizando a cena simbólica que é o escudo de Vibranium manchado de sangue, o que leva a sua expulsão do posto de Capitão América.
Existe uma discussão muito boa aí que é o Capitão América: John Walker sendo tudo aquilo que as pessoas debochavam que deveria ser um Capitão América realista, tal como o Capitão Pátria de The Boys, e que o Steve Rogers não era. Ao mesmo tempo, você chega até meio que sentir pena de Walker quando você percebe que na verdade ele é só um soldado e que estava agindo como um soldado recebendo ordens do governo e que o verdadeiro vilão era o Governo dos Estados Unidos. Eu achei corajoso ter dado nome aos bois, coisa que o filme Capitão América: O Soldado Invernal deixa sutil. Apesar de uma trama antifascista, no final o filme botava como vilão a Hydra e não o próprio governo, sendo que foi o próprio governo que deixou a Hydra crescer dentro de si. O argumento do grupo dos apátridas é muito interessante. É claro que eles são são considerados terroristas por causa de suas ações, porque eles chegaram em um ponto de vista em que as ações deles são necessárias, já que o governo não estava os escutando.
Ao mesmo tempo você vê uma outra discussão quando a gente descobre que existiu um Capitão América negro que é amargurado pelo governo ter apagado sua história como Capitão América e ele fala para Sam que nunca vão deixar um negro ser o Capitão América, mas Sam diz que não vai desistir, que este é o momento, sim, que o mundo precisa de um Capitão América negro. Sam aparece em público vestido uma variante do uniforme de Capitão América criada em Wakanda e com asas, defendendo o país contra o ataque dos Apátridas mesmo concordando com seu argumento, apesar de discordar de seus métodos. Sam aparece em público como o Novo Capitão América num momento muito simbólico e muito mais bem construído do que foi nos quadrinhos e que faz totalmente uma conexão do último filme dos Vingadores com o próximo filme do Capitão América numa forma que tudo fica muito bem explicado e que funcionou bastante.
Apesar disso parece que a série focou muito nisso dos Capitões América e acabou esquecendo em certo momento a trama do Bucky que estava tendo um desenvolvimento bem legal no começo e chega em certo momento ele volta a ser simplesmente o parceiro do Capitão América. Ao mesmo tempo, me entristece como o parceiro de John Walker serviu apenas para ser morto a fim de transformar Walker num vilão temporário e a trama de transformar a Sharon Carter no vilão Mercador de Poder não sei se funcionou muito bem. Parece apenas que eram os dois personagens que estão perdidos – ah, não sabemos quem seria o Mercado do Poder então daremos este papel para a única personagem que está sobrando na trama. E falando em outro vilão: Helmut Zemo recebe um retcon corrigindo seu passado para finalmente tornar-se o vilão que deveria ser e no fim não faz muita coisa, mas uma surpresa bem legal foi a presença da Condessa Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus) recrutando o John Walker como Agente Americano, o que parece que ela tá construindo o grupo anti-herói chamado os Thunderbolts, o Esquadrão Suicida da Marvel.
Mesmo com tudo isso, a série tem uma fotografia e efeitos visuais dignos de filmes, os efeitos sonoros também E a montagem é muito boa, o ritmo é bom, apesar de que tem alguns episódios que parece que ele que se perde. Eu fico triste, na verdade, por como essa série deveria ter sido um filme. Ela tem uma duração de um filme e um ritmo diferente de WandaVision que tinha cada episódio bem diferente um do outro e essa aqui é uma série inteira como se fosse um filme só que termina com aquele momento simbólico do Sam Wilson vestido de Capitão América e aquilo não foi visto no cinema. Como eu queria ter visto isso no cinema! – essa é a maior crítica que eu realmente tenho.
Mas é isso: a Fase 4 foi construída. Não sabemos se vai ter uma continuação em série, uma nova temporada, ou se a continuação vai ser no próximo filme do Capitão América onde o Sam já vai estar introduzido como Capitão América. Confesso que eu queria ver mais desse universo – sinceramente gosto muito da franquia do Capitão América eu acho que a maior é a melhor franquia do Universo Cinemático da Marvel, pois é a que tem as melhores discussões. Aqui trata este universo de forma madura com política, com discussões sobre racismo e finalmente dando nome aos bois, mostrando quem realmente é o verdadeiro vilão e isso numa série de herói com muita ação, bem construída, com ótimos efeitos visuais e bem dirigida. Quanto a Fotografia, eu até gosto de como manteve a dos filmes do Capitão América dos Irmãos Russo, mas eu acho que aqui poderiam ter melhorado, principalmente depois de Vingadores: Guerra Infinita e WandaVision você espera um pouco mais de cores.
Lembrando que não vai ter o nosso podcast sobre Falcão e o Soldado Invernal. A minha participação está no Podepácast que você pode ouvir clicando aqui em baixo:
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