Finalmente, depois de quase 12 anos, chega o fim de tudo, o último capítulo de Shingeki no Kyojin – O Ataque dos Titãs – de Hajime Isayama. A trama que emocionou e surpreendeu por anos, encontra finalmente seu destino.
Não preciso nem dizer que este artigo contém spoilers – revelações de enredo.
O último capítulo começa com o jovem Eren Yeager e o jovem Armin Arlert conversando como era de costume quando crianças a beira do canal do rio do distrito de Shiganshina. A princípio, achamos ser um flashback, mas então pelo diálogo vamos entendendo que o diálogo ocorreu em algum momento deste último arco, por vias mentais, através do poder do Titã Fundador que transcende as dimensões da mente e do tempo. Armin diz que entende que Eren andava vendo o futuro e questiona os motivos de Eren para o Estrondo e este justifica que era inevitável. O mais interessante desta sequência é o trabalho que Isayama teve de fazê-los envelhecer a cada página.
Eren mostra a Armin tudo que ele sempre sonhou em ver e lhe conta os motivos do porquê Ymir Fritz continuar servindo a vontade de Eldia mesmo depois de 2.000 anos até surgiu alguém que tinha traumas parecidos com o dela, mas que tinha o poder de contrariar sua vontade caso fosse preciso: Mikasa Ackerman. Muitos devem ter ficado sem entender por que Mikasa é a verdadeira salvadora, mas vamos lembrar de como isto foi desenvolvido no decorrer da trama.
No arco político, numa memória de Kenny Ackerman, seu avô lhe revela o motivo do por quê o clã Ackerman ser foragido. O clã, tal como o clã oriental Azumabito, foi criado através do estudo de genética dos titãs para utilizar o poder dos titãs em forma humana, assim, sendo os guarda-costas perfeitos para proteger a família real, porém, o que o a família não contava, é que com isso, estes clãs não sucumbiam ao poder do Titã Fundador de lavagem cerebral, mesmo que o Ackerman após despertar seu poder servisse com o propósito de proteger quem ama, o que não é bem uma servidão, ao contrário do que Eren diz pra Mikasa e ao contrário da forma que Ymir amava seu Rei. Além disto, o fato de Mikasa ser descendente de ambos os clãs, Ackerman e Azumabito, fez com que Mikasa fosse a hospedeira perfeita do poder titã em forma humana, sendo a ideal para enfrentar os desejos do Titã Fundador, mesmo que este fosse seu amor, Eren. E Eren sabendo disso e a usou para que ela quem desse o golpe final para parar o Estrondo.
Após isto, Eren desabafa para Armin que não quer morrer, mas que não tem outro jeito, Armin diz então para que Eren encontre alguma forma, já que ele tem todo esse poder de manipular a dimensão dos Caminhos, talvez ele pudesse abrir as portas para voltar a vida, mas este deu a entender que não queria mesmo. Que seu trabalho estava feito e que ele não tinha outra função de viver a não ser para libertar Paradis e que ele não poderia continuar a viver com a consciência de que matou 80% da população mundial mesmo que isto precisasse ser feito. Armin então o agradece por ter se tornado o demônio, tal como o Comandante Erwin que sacrificou 80% de seu esquadrão a fim de levar a liberdade a seu reino.
Retornando ao momento onde o capítulo 138 parou, Armin acorda de sua memória com Eren enquanto Mikasa caminha com a cabeça decepada de Eren. Enquanto isto, todos os outros eldianos que haviam sido transformados em titãs graças ao gás da Hallucigenia retornaram a forma humana, o que deu a entender que Eren finalmente bloqueou o acesso dos eldianos a dimensão dos caminhos, assim, nunca mais podendo se transformar em titãs novamente, além de libertá-los da maldição dos 13 anos. Ao mesmo tempo, vemos o Capitão Levi Ackerman tendo sua despedida a seus companheiros do esquadrão que estavam assistindo através dos Caminhos, mas que agora teriam finalmente sua mente libertada para descansar em paz. Reiner Braun conta para sua mãe com pesar de que agora que ele não é mais o Titã Encouraçado ele também não é mais um marleyano honorário e ela responde que isto é um alívio, pois agora ele viverá bastante e, além do mais, Marley já não existe mais.
Após Mikasa decidir ir embora na frente para poder dar a Eren um enterro digno, o exército do Oriente Médio ameaça os eldianos, é claro, com medo de seus poderes de titãs, numa sequência bem semelhante a quando a Tropa de Guarnição ameaçou atirar em Eren após verem seu poder de titã pela primeira vez e Armin teve de mediar assumindo-se como o Capitão Armin Arlert, o Matador do Titã de Ataque, e que não é um inimigo do mundo.
Passam-se 3 anos desde então e vemos a Rainha Historia Reiss com sua filha no colo, contando numa carta sendo lida por Armin que Eren deu a Paradis uma escolha ao não acabar com todo o mundo fora das muralhas e a ilha agora tomada pela Facção Yeager se tornou uma bradava preparando-se para uma guerra que nunca viria a acontecer. O mundo declarou paz com Paradis, mas a Facção Yeager não acredita e Armin está convencido de que podem fazer o povo acreditar nas palavras da Rainha de que a guerra acabou. A trama termina com Mikasa na colina de Shiganshina esperando a chegada de Armin e companhia que está voltando para a Ilha finalmente depois destes três anos e que, a julgar pela última página, que mostra os forasteiros Gabi Braun, Falco Grice e Onyakopon caminhando enquanto Levi lê as atualizações da imprensa, foram bem-vindos.
Um final redondo, que entregou tudo o que foi preparado, sem inventar muito. Muitos podem se decepcionar, pois esperavam outras teorias, ou outro caminho para a trama ir, mas não foi o caso, Isayama entregou simplesmente o que o último arco havia encaminhado e terminou bem assim.
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