O tão esperado novo filme do diretor e produtor Christopher Nolan finalmente está chegando nos cinemas do Brasil, apesar de em momento de pandemia e de adaptação ao cinema, não me parece que estão muito preocupados com bilheteria em si – que não foi das melhores nos Estados Unidos – mas porque, se não lançarem no cinema, não podem concorrer ao Oscar, e os filmes do Christopher Nolan sempre são lançados a fim de concorrerem ao Oscar.
O diretor sempre tenta inovar no cinema com alguma teoria física, seja a relatividade – a mais usada em seus filmes – como agora a da reversão de tempo e termodinâmica. Neste novo filme, TENET, que repete alguns dos argumentos de filmes anteriores como Amnésia, que trabalha com duas linhas do tempo se intercalando, uma para frente e outra para trás, mas que em algum momento se encontram, porém, deixando claro quando estamos vendo a progressiva e a regressiva, em TENET acontece diferente, pois da metade do filme para o final, que é quando passamos a ver no ponto de vista do Protagonista (John David-Washington) na linha do tempo regressiva é que passamos a entender a causa de todos os objetos reversos e personagens repetidos sem intercalar as duas linhas do tempo, mas acontecendo ao mesmo tempo, sendo, ao invés de um enredo intercalado por pontos de vista, acompanhando do início ao fim e do fim ao início de forma linear para o espectador, mas invertida da metade ao fim para o enredo.
Pode parecer confuso, mas não é. Como é de costume, tudo é muito bem explicado em diálogos – em certamos momentos chega a ser explicado até demais. Não é o melhor filme do Christopher Nolan em questão de diálogos e atuação que é tudo muito amador, mas é o que mais teve trabalho na gravação por conta de seus já conhecidos efeitos práticos. Aqui o diretor usou e abusou de não usar efeitos especiais, o que deve ter sido muito trabalhoso. Ele já havia experimentando em Inception gravar com um tempo diferente para o cenário e outro para os atores que tiveram de interpretar se ajustando a mudança de tempo. Aqui, muitas vezes vemos os atores andando para trás, porém, invertido na edição para parecem que estão indo para frente enquanto todo o resto vai para trás. Lembra quando falavam que o filme do Doutor Estranho parecia estar usando os efeitos de Inception com sequências como a da dimensão espelhada? Christopher Nolan retribui assemelhando-se a sequência da batalha de Hong Kong em que Doutor Estranho e seus colegas enfrentam seus adversários indo para frente enquanto todo o cenário vai para trás em seu novo filme.
Já em questão de atuação, John David Washington e Robert Pattinson seguram o filme, mas o resto do elenco chega a ser ignorável, tanto que tem o Aaron Taylor-Johnson no filme e você nem percebe. Tem também o Michael Caine, mas aparecendo bem menos que em Inception. Em questão de história, você nem conhece a história do Protagonista – o que não atrapalha o filme, na verdade, não é necessário, porém, isso dá tempo para aprofundar na trama matrimonial de Kat e Andrei Sator (Elizabeth Dabicki e Kenneth Branagh) que não são nada interessantes, pelo contrário, chegam a ser quase insuportáveis. Mas o filme vale muito ver mais por ser visualmente impressionante e não pela história em si, pois, que muito provavelmente teve de ser simplificada para assim realizar um filme super complexo em produção que certamente será indicado ou até mesmo ganhará as categorias técnicas.
TENET já está disponível nos cinemas do Brasil, porém, com tome os cuidados necessários para assistir.