A Decupando Produções é uma empresa voltada para produções audiovisuais. Seu surgimento veio da necessidade de seus fundadores poderem ancorar uma marca a suas produções. Seus fundadores são Larissa Estevam, 21 anos, residente de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, roteirista formada em Mídias Digitais e cursando Produção Cultural na IFRJ e seu parceiro Wying Yang, 25 anos, residente de Manguinhos, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, editor, estagiário no Ponto Cine, um dos maiores Centros Culturais de cinema brasileiro e também cursando Produção Cultural na IFRJ.
Com aporte da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, a Decupando estreou em seu canal no YouTube o seu mais novo curta: “Sozinho”, de forma gratuita. “Sozinho” é um curta-metragem introspectivo, retratando a luta contra a solidão e as perturbações geradas pela mesma, além do questionamento pela própria sanidade.
“A ideia de “Sozinho” surgiu quando nos demos conta que muitas pessoas estavam sozinhas durante quarentena, mesmo aquelas que estavam convivendo com mais gente. É um momento delicado que estamos passando. Muitas pessoas estão perdendo seus familiares e seus empregos. “Sozinho” é isso, a identificação e a interpretação de cada dor viva durante esse tempo”.
Entrevistamos a dupla sobre o que eles tem feito durante quarentena, os desafios de produzir um curta neste período, e muito mais. Larissa e Wying nos contaram que apesar do tempo ocioso no início, eles aproveitaram para colocar todas as séries em dias, rever filmes antigos e novos, cantar bem alto e ler livros. O novo hobby deles nesse período foram os jogos de tabuleiros, sendo os favorito deles, o Monopoly, Detetive, Ludo e o card game Dark Stories. Disseram também que se aventuraram nos MOBA e andam jogando bastante League of Legends. Wying citou pra gente que a Larissa é bastante competitiva e que ela “amassa” em alguns jogos.
“Depois que o edital para fazer o curta-metragem apareceu, nos focamos ao máximo em busca de referências, para caso já fossemos contemplados, assim ficaríamos adiantados no processo de gravação”.
Filmagens
Para produtores culturais, os créditos de uma produção é tão importante quanto sua obra cultural, pois além de definir bem o que cada profissional produziu, são uma janela para novas oportunidades. Com a pandemia, a produção por trás do curta ficou bem limitada, se fechando apenas na dupla. Segundo Wying, eles fizeram um pouco de tudo. Há funções quase fixas, como ele ser responsável pela trilha sonora, assim como a Larissa ser responsável pelo figurino e pelo material de arte. Quando o roteiro é feito por apenas por um deles, aquele que escreveu fica com a direção do curta.
“Temos noção que um bom filme precisa de uma boa equipe. Cinco, seis pessoas pensando em suas designações, são melhores que duas pra pensar num filme inteiro”.
Sobre os equipamentos utilizados, eles relataram que realizaram as filmagens do curta-metragem utilizando uma câmera DSLR Canon T5. E que queriam aproveitar a iluminação da própria casa, para que passasse um tom realista, mas que precisou utilizar as lanternas de celulares nas cenas mais escuras, para conseguir ver minimamente algo. Segundo eles, foram as cenas mais desafiadoras do curta.
“A cena que o vulto passa no corredor foi mega difícil de fazer a câmera captar, porque estava completamente escuro, a gente tinha desligado a luz geral da casa. Então, pegamos uma luz de emergência e colocamos lá atrás de onde eu saia, foi difícil achar a posição certa da luz para que ela ficasse suave e mostrasse apenas a minha silhueta. Por fim acabamos colocando uma sacola branca opaca para suavizar a luz que vinha e ficou perfeita”.
Audiovisual no Brasil
Viver no Brasil não é para fracos, de arte e cultura então nem se fala. Desde o mandato do atual governo, tivemos diversos episódios de descaso com a cultura e principalmente com a Ancine (Agência Nacional do Cinema). A dupla nos contou um pouco de como são afetados com essas mudanças. Larissa iniciou dizendo que para seguir na produção tem que ser forte e gostar muito do que faz, porque mesmo nesse período de pandemia, onde o setor da cultura foi um dos mais afetados, muito se reclamou da Lei Aldir Blanc (Lei que prevê ações emergenciais destinadas ao setor cultural durante o estado de calamidade, em função da Covid-19), assim como reclamaram do Auxílio Emergencial, porém na hora de assistir peças online, assistirem live de sertanejo quase não se lembram dos profissionais envolvidos. Tudo nesse período precisou de material audiovisual e o governo continua sucateando a Ancine.
“A cultura é para todos, está previsto em lei, não só para quem segue o governo. Falar mal de “Bruna Surfistinha” e arrancar os cartazes na Ancine foi mais uma das jogadas de marketing “dele”. Mas temos que seguir, não é a primeira vez que nos atacam e não vai ser a última. O cinema sempre vai existir e resistir, afinal, é o que fazemos”.
Famosos
Perguntamos a Larissa e ao Wying se eles tinham interesse de ter um “ator-assinatura”, assim como muitos diretores que sempre convidam os mesmos atores para suas produções, ou interesse de trabalhar com alguma estrela. Para Wying seria um sonho trabalhar com a Fernanda Montenegro. Disse que já teve contato com ela, mas não no meio audiovisual, mas que ela é uma profissional completa. Já Larissa, admira muito Fábio Assunção, que além da beleza do ator, o mesmo é muito simpático. Salientou que o ator é muito profissional em cena e que ele é uma inspiração para si.
Projetos Futuros
A dupla nos contou que tem pelo menos mais dois curtas-metragens encaminhados para lançamentos ainda, mas que ainda não podem revelar os nomes, pediram que para que todos ficassem de olhos em sua rede social no Instagram para maiores informações.
Apoiem o cinema o nacional!!!