É com um vazio e aperto enorme no coração que encaramos a recente notícia dolorosa. Há quem pense em exageros, mas posso afirmar que sinto como se estivesse encarando a morte de um amigo próximo. E é aqui onde lidamos com o impacto e a importância da representatividade!
O ator Chadwick Boseman deu vida a um personagem que transbordou e transborda representatividade, e mais do que isso, transbordou sabedoria, riqueza e força. Força essa que ultrapassou as telinhas e carregou consigo até a vida real, onde seu maior vilão era a doença com quem lutou durante anos. E como um grande herói, não abandonou a batalha, sua luta foi incansável, mas infelizmente, para a minha, a sua e a dor de muitos, a batalha terminou.
Mas não, isso não significa que nosso T’Challa foi derrotado, pelo contrário, agora sem precisar vestir seu traje de Pantera, Chad é um grande exemplo de ser humano e nos deu uma aula de garra e coragem. Coragem para enfrentar seus problemas reais e garra para continuar dedicado aos seus trabalhos e produções mesmo em tempos difíceis.
Todos nós que vestimos a pele negra, mais conhecida como pele “alvo”, sonhamos com a invencibilidade, sonhamos com a ascensão social e acima de tudo, sonhamos com o respeito antes de qualquer pré-conceito. E em 2018 o cinema nos deixou extasiados e eufóricos, uma super produção da Marvel composta por um elenco majoritariamente negro e repleto de elementos da cultura afro, fez pensar que nossa pele pode ser referência de super herói e sim, uma produção cinematográfica pode ter 98% de atores negros sem se referir à miséria e/ou a escravidão.
Pantera Negra nos deu voz e representatividade, e Chadwick brilhou e ecoou na pele de um rei-herói necessário a muitas crianças que não se viam representadas. E não apenas as crianças, mas um público vasto de jovens, adultos e até idosos que nunca antes pudessem ter imaginado sua pele retinta brilhando no centro das atenções.
A emoção de vê-lo na pele do Rei de Wakanda foi inexplicável! Não quero nem tão cedo assistir a cena final de Guerra Infinita, mas em compensação, a emoção e o impacto da cena final de Vingadores Ultimato, o olhar do Capitão para o Pantera Negra ao retornar… A lembrança já faz com que as lágrimas se derramem.
É duro demais aceitar e ter que se despedir de um referencial, principalmente um referencial negro, por isso, não nos despedimos! Nesse momento de luto a Terra Nérdica agradece aos feitos e a luta memorável de Chadwick Boseman sabendo que “a morte não é o fim”.
Wakanda para sempre, T’challa!
Para sempre!