The last of us 2, a tão esperada continuação da Naughty Dog, já bateu recorde histórico de vendas na primeira semana de lançamento para a plataforma Playstation e vem conquistando muita visibilidade, agregando novos públicos diversificados para esse universo. Isso acontece pela emocionante história, com personagens fortes que carregam uma representatividade imensa. Na trama, a protagonista Ellie é assumidamente homossexual e promove um relacionamento afetivo e sentimental com Dina, que formam um baita casal ao longo do game.
O que você provavelmente não sabe é que há diversos exemplos com representatividade LGBTQ+ no mundo dos games, e irei listar aqui alguns exemplos que podemos recordar — e até mesmo jogar— para comemorar o mês do orgulho LGBTQ+.
BIRDO (MARIO BROS.)
O dinossauro semelhante ao Yoshi apareceu pela primeira vez em Super Mario Bros. 2. Inicialmente, elx foi apresentada como um antagonista, mas desde então o personagem é visto como um aliado. O manual de Super Mario Bros. 2 afirma que Birdo é um homem que “pensa ser uma mulher” e prefere ser referido como Birdetta. Porém, esse nome nunca mais fora mencionado e ao longo de outros games, como Mario Tennis a Nintendo apenas se referiu Birdo como feminino, com a personagem sendo até mesmo namorada de Yoshi.
Porém, outros games fazem alusão a seu corpo masculino ou até mesmo gênero indeterminado, como Birdo foi classificadx em Super Smash Bros. Brawl. Essa mudança de gênero e sexualidade ainda é um mistério para muitos fãs. E você, qual sexualidade acha que de fato Birdo se encaixa?
Tracer e Soldado 76 (Overwatch)
Uma das personagens mais visadas do FPS da Blizzard, a Tracer, recebeu em 2016 uma história em quadrinhos natalina oficial em que a mostra beijando outra garota, revelando um possível relacionamento romântico com Emily, sua colega de quarto. Além disso Michael Chu, escritor principal de Overwatch, confirmou no Twitter que Tracer se identifica como lésbica.
Para a surpresa de todos, ano passado foi revelado mais um personagem gay para a franquia. Na história, há um profundo diálogo em que o Soldado 76 (Jack Morrison) conta sobre um namorado do seu passado. A sexualidade do personagem também foi confirmado no Twitter por Michael Chu: “Jack e Vincent estavam em um relacionamento romântico há muitos anos. Ambos se identificam como gays”.
Kung Jin (Mortal Kombat)
Kung Jin teve sua primeira aparição em Mortal Kombat X, é apresentado como sobrinho do Kung Lao e basta um arco e flecha para acabar com seus inimigos. Kung Jin é considerado o primeiro personagem homossexual da franquia e isso fica mais explícito em um diálogo que ele tem com Raiden. O Deus do trovão sugere que Kung Jin se torne um shaolin como seus ancestrais. O guerreiro responde que ele não pode, que os deuses não aceitariam e Raiden responde: “Eles só se importam com o que está no seu coração, não quem seu coração deseja.” Além desses indícios, desenvolvedores já confirmaram a homossexualidade do personagem.
Kassandra e Alexios (Assassin’s creed Odissey)
Independente de qual dos irmãos você escolha para vivenciar as mais diversas aventuras pela Grécia antiga,você terá total liberdade para escolher as aventuras amorosas durante a trama, podendo assim ficar com homens e mulheres. Há inclusive missões secundárias muito divertidas, por exemplo, onde Kassandra tem a opção de satisfazer uma mulher mais velha que anseia por desejos sexuais que o marido não pode cumprir. Viva a Afrodite !!
Ciri (The Witcher)
Filha adotiva de Geralt de Rivia, o lobo branco, e personagem jogável em The Witcher 3: Wild Hunt é assumidamente bissexual. Ao ser questionada sobre o que sente por outro homem, afirma que prefere mulheres. Na série de livros do autor Andrzej Sapkowski, que originaram os games, ela chega a ter relações sexuais com uma mulher. Na adaptação da Netflix, sua sexualidade ainda não foi explorada, mas seria legal abordar isso ao longo do crescimento de Ciri na série.
Max e Chloe (Life is strange)
Um dos jogos que mais nos remetem essa temática LGBTQ+ é Life is strange, pois além de tratar de outros temas profundos como bullying e aceitação, o game traz a relação entre as adolescentes Max Caulfield – que tem o poder de voltar no tempo – e sua amiga de infância Chloe Price. As amigas acabam se reencontrando e reatando seus laços, se tornando cada vez mais íntimas.
É possível que as duas não fiquem juntas no final, dependendo da escolha do jogador, porém é implícito que Max é bissexual, por demonstrar atração pelos dois gêneros. O game dá a chance do jogador ver um casal de duas personagens LGBTQ+ que são cativantes e promovem um romance envolvente.
Poison ( Final Fight/Street Fighter)
Na versão de 1989 de Final Fight, Poison foi concebida como uma mulher. Mas os produtores japoneses imaginaram que o público do ocidente não receberia bem a possibilidade de bater em uma mulher, portanto modificaram a personagem para uma mulher trans – erroneamente, pois se formos verificar por esse ponto de vista, uma mulher trans continua sendo mulher – . Os desenvolvedores no fim das contas trocaram a personagem por homens no jogo. Mas desde então, o sexo de Poison foi mantido ambíguo em outras séries em que participou, como em Ultra Street Fighter IV. Poison ganhou força e apareceu na franquia Street Fighter, conquistando o coração de muitos players com seu visual icônico.
Felizmente, há muitos personagens que faltaram nessa lista, isso significa que há uma grande representatividade LGBTQ+ no universo dos games, apesar da constante intolerância que muitos jogadores enfrentam nesse meio. Acredito que a tendência é se tornar cada vez mais comum a presença de personagens com as mais diversas sexualidades, origens e raças em grandes jogos. O mundo está mudando e nada mais justo que os games evoluírem junto, para a comunidade dos videogames se tornar cada vez mais justa e inclusiva. E aí, partiu jogar?
Confira também o vídeo com a Clara: