Terminou há duas semanas a quarta temporada de My Hero Academia (Boku no Hero Academia), anime de sucesso e ganhador de vários prêmios nas suas últimas temporadas. Porém, a quarta temporada deixou a desejar?
Vamos por partes, quem me acompanha aqui na Terra Nérdica conhece a minha opinião, mas se não conhece, eu posso repetir – que para mim, Boku no Hero terminou no arco do All For One, na terceira temporada, com a última chama do Allmight. Considero que ali poderia ser um final perfeito, com o Allmight apontando para Midorya indicando que ele seria o próximo grande herói e pronto! Conseguimos deduzir o caminho que Midorya levaria dali para o sucesso. Porém, várias coisas ficaram em aberto. E, é claro, um shounen de sucesso não poderia terminar tão cedo, apesar de que o arco que veio em seguida, na terceira temporada, já tenha decaído bastante a qualidade de enredo que está se tornando cíclico – segue a ordem: ataque na escola, um exame, estágio, ataque na escola de novo, outro exame, outro estágio e assim vai.
Logo, como a terceira temporada terminou com a conclusão do exame de licença provisória, seguindo o ciclo de enredo, a quarta temporada começa com o estágio da licença provisória. Izuku Midorya pede para realizar sua residência com Sr. Nighteye, tutor de Mirio Togata e antigo parceiro do Allmight. Após provar que é digno para a residência, logo em sua primeira ronda conhece a jovem Eri que escapava do supervilão Overhaul que usava da individualidade da menina para produzir uma droga que poderia destruir individualidades ou aumentá-las.
A primeira parte da temporada se torna massante e cansativa com o foco na missão de resgate da pequena Eri que leva a morte ou fim de carreira de alguns heróis. É uma longa sequência de episódios que podem fazer qualquer um desistir de acompanhar, mas que podem ser facilmente esquecidos a partir da luta final contra o vilão e o luto que passa rapidamente com outro exame e uma feira cultural bem divertida que se torna mais interessante até do que a missão de resgate, afinal, a temática do anime é de escola. A temporada termina muito bem com a ascensão de Endeavor como Herói Nº 1 e sua luta pelo objetivo de ser reconhecido como Símbolo da Paz coincidindo com sua batalha mortal contra um novo Nomu super-desenvolvido. Apesar das sequências impressionantes do último episódio, acaba, novamente sendo uma repetição, neste caso, da premiada sequência de luta do Allmight contra o All For One na terceira temporada, repetindo até mesmo a onda de emoções causadas na mesma ordem.
Boku no Hero Academia não tem apresentado um rumo para a história e acaba tendo que viver do passado ou da promessa feita no primeiro episódio, o que está se tornando cansativo pois, após 4 anos de história, os alunos finalmente concluíram o primeiro ano letivo na U.A. E apesar da belíssima direção de animação do estúdio Bones, pode acabar perdendo o número alto de espectadores que conseguiu há dois ou três anos atrás logo que, certos arcos ficariam melhores como longa-metragem como os recentes Two Heroes (que você pode ler a crítica clicando aqui) e Hero’s Rising, pois estendem-se demais e não apresentam em si novidades a não ser as presentes nos extras: como a família Todoroki que aparece em destaque no final deste último arco e no encerramento acrescentando ainda mais peças a teoria de que o super-vilão Dabi é na verdade o filho perdido do Endeavor – posso falar mais sobre isso em outro artigo.
Contudo, a temporada não foi assim péssima como estão dizendo. Acredito que apenas não cumpriu as expectativas, tanto de quem começou a ver e se surpreendeu bastante especialmente com a segunda e a terceira temporada e esperou algo tão bom ou melhor, mas que, no geral, não superou nem a primeira temporada, o que ainda assim não necessariamente a torna ruim.