The Twilight Zone, conhecido no Brasil como Além da Imaginação, é um marco estético do sci-fy na TV e já teve três remakes. A série americana criada por Rod Serling, foi ao ar pela primeira vez em 1959, trazendo vários elementos interessantes para a história das produções audiovisuais, mexendo com o imaginário do público antes mesmo da televisão ter cores.
A proposta da série é apresentar histórias que ultrapassam o limite da lógica e da ciência. Os conceitos de tempo, dimensão e a realidade são relativos e incontroláveis, o que leva o espectador a ir além dos limites da imaginação.
Na versão de 2019, distribuída pelo Prime Video, Jordan Peele assume o posto de produtor e narrador de todos os episódios, apresentando 10 episódios e um elenco de peso a cada episódio. Cada episódio contém sua própria narrativa e não necessariamente estão interligados, ou seja, a ordem dos episódios não é algo tão relevante (com exceção do último, esse deve ser visto por último mesmo).
Os episódios de The Twilight Zone (Além da Imaginação) permeiam o terror e suspense, mas não apresenta as cenas de susto/ jumpscares normalmente apresentadas nos filmes de terror, apresenta na verdade o terror em suas mensagens e críticas. Alguns episódios se destacam mais do que outros ou tem mensagens mais óbvias que outros então a dica é não desistir no início. [os episódios 3,7 e 10 foram os que mais gostei, por exemplo]
Dentre os temas abordados nos episódios encontram-se: política, machismo, racismo, como a comédia pode ser opressora e outros. Além disso, há a presença de personagens de várias etnias, personagens LGBT+, muitas mulheres na tela e vários deles ganham espaço como protagonistas de vários episódios.
O que mais me chamou atenção na série foram as críticas socias e o fato de sentir no fim dos episódios aquela sensação de “mente explodindo” (que seria uma mistura de impressionada com reflexiva). A combinação de ficção científica e horror com uma pitada de críticas sociais atuais é o que gera a potência dessa nova versão de Twilight Zone.
Apesar da segunda temporada já ter sido confirmada, ao final do último episódio, o reboot aparenta ser mais uma homenagem à série original de 1959 do que algo que vai ter continuidade.