Em 1985, o diretor James Cameron apresentou ao mundo um fisiculturista australiano na forma de um vilão vindo do futuro. Mal sabia ele como isto seria importante para a carreira de Arnold Schwarzenegger e para a sua própria também.
O diretor, que sempre foi conhecido por revolucionar com novas tecnologias em seus filmes, como podemos ver em Titanic, Avatar, ou no próprio Exterminador do Futuro: O Julgamento Final, retorna a produção da franquia depois de quase 30 anos. Para quem não conhece, a saga sempre retrata o mesmo assunto: um robô é enviado do futuro com uma única missão: matar Sarah Connor – Linda Hamilton – e impedir o nascimento de John Connor, aquele será o líder da Resistência que levará o fim à Skynet, a corporação responsável pelo Fim do Mundo em 1997. A Resistência, em contra-ataque, envia para o passado Kyle Reese – Michael Biehn, para proteger Sarah Connor e dar fim ao T-800 – Arnold Schwarzenegger – enviado pela Skynet.
Kyle Reese morre cumprindo sua missão, e 11 anos depois, John Connor – Edward Furlong – está jovem e com vida, sua mãe, porém, surta com a visão do Fim do Mundo em dois anos até que outro exterminador, o T-1000 – Robert Patrick, com habilidades mais incríveis que o T-800, é enviado para realizar o trabalho mais uma vez, enquanto o John Connor do futuro envia outra versão T-800 para impedir o T-1000, proteger o jovem John e impedir o Dia do Julgamento. Eles conseguem impedir o Dia do Julgamento, mas John é morto mesmo assim, em 1997, por outro Exterminador, o T-800 modelo 101, enviado pela Skynet que deixa de existir desde então, fazendo com que o 101 perdesse seu motivo de existência, permanecendo no passado, criando laços e até mesmo uma família, mas enviando, a cada dois anos, dados para Sarah Connor destruir os Exterminadores enviados pela Legião do Futuro.
Quase 30 anos depois, um novo Exterminador, ainda mais avançado que o T-800 e o T-1000, o Rev-9 – Gabriel Luna, é enviado para a Cidade do México para matar Daniella Ramos – Natalie Reyes, que é protegida por Grace – Mackenzie Davis, uma humana aprimorada e voluntária da Resistência no futuro. As duas quase são mortas, até que são salvas por Sarah Connor, que chega no exato momento, graças aos dados fornecidos pelo 101. As três começam uma jornada de fuga para o Texas a fim de encontrar o 101 e deter de vez o Rev-9 e daqui vocês já podem imaginar como o filme prossegue. O filme começa interessante e se mostra interessante até a metade, até que você percebe que o roteiro é uma repetição dos dois primeiros filmes de novo – bateu um medo de Genesys aqui, porém, substituindo os heróis por duas mulheres americanas e uma mexicana. Resgatando a antiga Sarah Connor a fim de ser, desta vez, a protetora de Dani, que não é somente a mãe do Salvador, mas a própria, mostrando como, um filme de ação pode ter heroínas sem precisar ter o roteiro girando em torno de homens e brancos.
Como normal de filmes do Tim Miller – conhecido por Deadpool, o filme seria excelente, se não fosse pelo terceiro ato cansativo e repetitivo. Sinceramente, não me pergunte o que aconteceu no terceiro ato, porque eu acho que eu dormi de olhos abertos. É uma sequência de ação sem sentido – como se precisasse fazer – em que mal tem construção, já que toda a construção havia sido deixada para antes, aliás, vai aí um elogio ao roteiro que não precisa ficar mastigando tudo mais de uma vez, já que o espectador não é leigo, e é capaz de entender de primeira – ou não, né? Mas o filme não traz nada de novo, a não ser as mudanças para minorias. O novo Exterminador, Rev-6, nada mais é do que uma fusão do T-800 com o T-1000 – ele literalmente é um T-800 revestido pelo metal líquido do T-1000. A computação gráfica não trouxe nada de novo, mas, como sempre, muito provavelmente tentará concorrer novamente a categoria de Efeitos Sonoros, que deu o Oscar a Exterminador do Futuro: O Julgamento Final, em 1991.
O filme é bom. Não é o melhor da franquia, cargo que dificilmente algum conseguirá roubar do segundo filme, mas também não é dos piores, cargos que os filmes Rebelião das Máquinas, A Salvação e Genesys disputam. Estee provavelmente está num nível próximo ao do primeiro, o que é bom até, mas não traz nada de muito especial.
Destino Sombrio chega aos cinemas na quinta-feira dia 31 de outubro.