Após cerca de 20 anos em que os filmes de animação inspirados em Dragon Ball eram ferramentas de fillers – preenchedores, criados pela produção para ocupar espaço enquanto não saía novos episódios para a série – e portanto, nunca foram roteirizados pelo criador, Akira Toryama.
Porém, desde seu retorno em Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses em 2013, trama que se passa logo após a saga de Majin Boo e apresenta novos conceitos como os Deuses da Destruição, os Anjos, o Deus Super Sayajin e o Multiverso, a saga retornou em alta, inclusive ganhando uma sequência em 2015, Dragon Ball Z: O Renascimento de Freeza, que fez a franquia voltar aos mangás sendo escrita pelo próprio Toryama e ilustrada por Toyotaro, um mega fã de Dragon Ball e um dos responsáveis pela famosa fanfic Dragon Ball AF que dava continuidade às histórias de Dragon Ball GT nos anos 2000. Com a aprovação, os dois filmes foram adaptados aos animes e mangás dando origem a nova série Dragon Ball Super que após o arco do Renascimento do Freeza, continuou nos arcos do Universo 6, Goku Black (Trunks do Futuro no Brasil) e encerrando-se em Universe Survival (Torneio do Poder no Brasil).
Mas a franquia não podia ficar parada, assim que Dragon Ball Super encerrou seus episódios no início de 2018 foi anunciado que sairia mais um filme roteirizado por Toryama. O novo filme, Dragon Ball Super: Broly, adapta em uma nova história os três filmes clássicos mais famosos de Dragon Ball Z – Bardock, O Pai do Goku; Broly, o Lendário Super Sayajin e Gogeta, Uma Nova Fusão, – porém, trazendo ao cânone e continuidade de Dragon Ball Super, passando-se pouco após os eventos do Torneio do Poder em que Goku, Freeza e o 17 salvam o Universo 7 e o Multiverso com as Super Esferas do Dragão.
O filme começa recontando os eventos de Bardock, O Pai do Goku, o qual já havia sido recontado no mangá Dragon Ball Minus e agora foi adaptado as telas oficialmente. O Planeta Vegeta, lar dos piratas espaciais sayajins que serviam ao Imperador Cold é apresentado a seu filho, o novo Imperador Freeza. Freeza, porém, é muito mais cruel e impiedoso e tem medo da lenda do Super Sayajin, a qual ele escutara de Bills, o Deus da Destruição antes que este adormecesse. Freeza apresenta o famoso medidor de força e dita que todos os sayajins com poder alto serão aniquilados, a fim de evitar uma revolta dos soldados, algo bem parecido com o que acontece no Egito na história de Moisés, assim, passam a caçar as crianças que nasciam com potencial de se tornarem guerreiros muito poderosos, como foi o caso do Príncipe Vegeta, do nosso futuro herói Kakarotto – o qual conhecemos como Goku, e o plebeu Broly. O Rei Vegeta ao saber do poder inigualável do bebê Broly convoca seu pai, Paragus para avisar que por segurança, ele seria exilado, Paragus se volta contra Vegeta e parte atrás do bebê que caiu em um planeta selvagem e passou a usar de sua extrema força para sobreviver.
Bardock, o pai de Kakarotto, ao saber do terror de Freeza, teme que seus próximos planos seriam de aniquilação do Planeta Vegeta, a fim de evitar que qualquer um destes se tornassem o Lendário Super Sayajin. Envia então o bebê Kakarotto para a Terra, planeta que encontrava-se fora do alcance do Império, minutos antes de Freeza destruir o Planeta Vegeta com todos os guerreiros sayajins. Os que se encontravam fora do planeta são avisados de que fora destruído por um meteoro e, sem saber que Freeza foi o causador da destruição, continuam servindo-o em seu exército. Kakarotto então cai na Terra, onde é encontrado pelo simpático Son Gohan e segue sua história clássica de Dragon Ball até os eventos após o Torneio do Poder em que dois agentes do novo exército que Freeza reunira, após ser revivido por Whis, encontram Paragus e Broly e os levam. Freeza, ao perceber que fora presenteado com dois sayajins, decide voltar a Terra a fim de encontrar as Esferas do Dragão e chegando na Terra, Paragus ao ver o Príncipe Vegeta, decide se vingar pelo que seu pai fez e ordena Broly atacá-lo.
Broly, porém, é o Lendário Super Sayajin no qual a lenda que Freeza temia se referia. Seu poder é tão grande que o deixa descontrolado e fica tão mais forte quanto enfurecido – praticamente um Hulk do universo Dragon Ball, e não é a atoa que ele fica verde ao invés de loiro – o conceito do Super Sayajin Verde já havia sido apresentado no clássico Dragon Ball Z: Broly, o Lendário Super Sayajin e foi trazido ao cânone com a personagem Kale, do Universo 6, durante a saga do Torneio do Poder, quando esta se descontrola tornando-se um monstro verde e Vegeta se refere a ela como a forma verdadeira do Lendário Super Sayajin.
É então que vemos Broly em sua forma base bater de frente com Vegeta e Goku na forma Deus Super Sayajin (ou Super Sayajin Vermelho), se tornar o Super Sayajin Berseker (ou Super Sayajin Verde) eventualmente e bater de frente com o Freeza Dourado e Vegeta e Goku na forma Super Sayajin Azul (ou Super Sayajin Deus Super Sayajin) que não vêem outra escolha a não ser fundir-se e tornar-se Gogeta. Apesar do perigoso adversário, Goku percebe que Broly não estava lutando por que queria e que ele era sim, um sayajin de coração bom. O personagem foi repaginado por Akira Toryama a fim de humanizá-lo e provavelmente trazê-lo de volta em futuras sagas.
O filme segue o modelo clássico dos filmes de Dragon Ball, em que cria-se uma justificativa forçada para fazer com que todo mundo lute e o terceiro ato não tem mais história, apenas luta, porém, com toda a trama do Planeta Vegeta e o drama de Broly, além da linda animação inovadora de Naohiro Shintani que difere dos traços tradicionais de Tadayoshi Yamamuro, faz com que Dragon Ball Super: Broly seja definitivamente o melhor de todos os filmes da franquia Dragon Ball – incluindo os live-actions, animações, OVAS e etc. É claro que, tem alguns problemas de roteiro, o que são facilmente esquecidos, mas vale ressaltar também, além da animação e dos efeitos, a edição de som e a trilha sonora.
Dragon Ball Super: Broly já está nos cinemas.