Muito fan service, ambientação sombria e a violência quase como um personagem próprio. Assim podemos resumir o que foi a primeira temporada da primeira série do serviço de streaming da DC Universe, Titans. Uma pena que este serviço só está disponível nos Estados Unidos, porém, será disponibilizada dia 11 de janeiro mundialmente pela Netflix. Pra mim, a série não é totalmente perfeita, mas está longe de ser ruim. Num geral, acho que a DC Comics acertou e agradou os fãs.

Acompanhamos a história do detetive e ex-Robin, Dick Grayson (Brenton Thwaites) que conhece uma garota que está em perigo, Rachel Roth / Ravena (Teagan Croft), que possui um espírito sombrio dentro dela que ainda não consegue controlar. E, em sua jornada, eles conhecem Garfield Logan / Mutano (Ryan Potter), que tem o poder de se transformar em um tigre esverdeado, e a alienígena Koriand’r / Estelar (Anna Diop), que tem o poder de tacar fogo em geral, mas esqueceu sua origem.

Acho que cada personagem é bem desenvolvido e, no caminho, eles vão introduzindo diversos personagens da DC conhecidos pelos fãs dos quadrinhos como Hank (Alan Ritchson), Dawn (Minka Kelly) e Donna Troy (Conor Leslie), irmã da Mulher Maravilha, a Moça Maravilha. O elenco todo está bem entrosado e, a cada cena, você vai entrando e conhecendo melhor aquele universo que, se pararmos pra pensar, será infinito. A DC tem o poder de introduzir todo e qualquer detalhe dos quadrinhos na TV.

Os personagens vão aparecendo de forma orgânica e conhecemos A Patrulha do Destino (que terá sua própria série em breve) e a introdução de Jason Todd (Curran Walters) como novo Robin são trabalhados com a devida função de mover a trama e a evolução dos personagens, ao invés de apenas aparecerem por aparecerem.

O grupo consegue unir Ravena à sua mãe, Angela Roth (Rachel Nichols) e elas voltam pra casa. Daí, no finzinho, conhecemos o pai de Ravena, o grande vilão Trigon. Daí, os fãs recebem um presente, o episódio 11, no qual aparece o Batman, a batcaverna, o batsinal, entre outros milhões de orgasmos quadrinísticos. Porém, tudo aquilo se passa somente na cabeça de Grayson, que está sob o poder de Trigon. Achei isso um pouco brochante (e também o fato do Batman nem ter falas, somente algumas rápidas aparições), mas mesmo assim vale a pena ver o episódio, é realmente muito bom). E, quando a coisa estava no ápice, a temporada acaba! Um Cliffhanger do caralho…

Titans teria, originalmente, 12 episódios, mas a produção da série optou por fazer do último episódio da temporada, a estreia da segunda. A informação foi confirmada pelo showrunner Greg Walker. Ou seja, teremos mais Trigon e ele terá grande participação na próxima temporada.
Achei as caracterizações bem realistas e adaptadas, os efeitos são convincentes e a história te prende. As coreografias das lutas estão ótimas (bem melhores que as séries da CW, diga-se de passagem) e o quesito violência na medida.
Como falei antes, o Batman aqui tem um código de conduta de nunca matar os vilões e, nas ilusões de Grayson, ele mata os principais vilões de Gotham, e isso caracteriza o pior pesadelo de Dick. Ele mesmo já quebrou essa conduta e não se considera mais Robin, tacando fogo em seu uniforme. Aliás, achei que ele fosse se tornar Asa Noturna ainda nessa temporada e parece que adiaram também isso para a segunda. Não custava nada, né? Mas, teremos que esperar. Tal qual Robin, Mutano também precisa lidar com o peso de sua consciência em situações violentas.

Não vou me aprofundar mais pois não pretendo estragar as surpresas para quem ainda não assistiu, mas espero de verdade que as tramas continuem envolventes o suficiente para conter qualquer ansiedade na próxima temporada. E temos que levar em consideração que Titans teve a difícil responsabilidade de abrir caminho para as novas produções que logo chegarão ao catálogo.