Finalmente chega aos cinemas um filme do super-herói Aquaman, que muitos não acreditaram que seria possível, pois há muito tempo foi motivo de piadas graças a forma como foi tratado nas animações clássicas.
Baseado na nova versão do personagem nos quadrinhos da DC após o reboot de 2011, Arthur Curry – Jason Momoa – é um híbrido, filho da Rainha Atlanna – Nicole Kidman – de Atlântida e do faroleiro Thomas Curry da superfície. Thomas e Atlanna se apaixonam e tem um amor proibido que resulta no nascimento de Arthur. Atlanna, porém, era noiva e devia consagrar seu acordo, o que fez os atlantes buscarem-na, mantendo Arthur escondido com seu pai por anos.
Com seu marido, teve um filho que se tornou o herdeiro na sucessão, Orm – Patrick Wilson, que ao se tornar Rei, após a morte de seu pai, botou em prática seu plano de ataque a superfície, contratando o pirata David Hyde – Yahya Abdul Mateen II, que mais tarde se torna o supervilão Arraia Negra, para atacar Atlântida e conseguir apoio dos outros reinos submarinos a fim de tornar-se o Mestre do Oceano. O plano de Orm era motivado pela desgraça que os homens da superfície trazem aos oceanos, o que faz muito sentido, e nos põe do lado dele também. Uma das cenas, adaptada da graphic novel O Trono de Atlântida, quando Orm lança tsunamis às principais cidades do continente devolvendo aos homens todo o lixo deixado no mar é lindo de se ver.
A Rainha Mera – Amber Heard – então busca por Arthur Currie, que já se tornara o super-herói conhecido como Aquaman, principalmente por conta da Liga da Justiça, para ajudar a impedir uma guerra que, não só acabaria com a morte de vários humanos, mas de vários atlantes também. Arthur tem então a missão de ir atrás do tridente perdido de Atlan, o primeiro Rei de Atlântida, que tem o poder de controlar os mares, as tempestades e as criaturas marinhas.
Tal como é de costume dos filmes solo da DC, o longa cria o super-herói e sua adoração, pondo-o como um mito, um símbolo, e faz muito bem o trabalho de apresentar o herói que por muito tempo foi tratado como piada, mas que mostra finalmente seu verdadeiro potencial, numa versão muito bem adaptada de O Trono de Atlântida, mas com algumas diferenças como a ausência da Liga da Justiça, que poderia ter sido vista de longe ajudando as pessoas durante os ataques a superfície, e a origem do Arraia Negra, que foi muito bem trabalhado para se tornar potencialmente um dos maiores vilões do Mundo DC, ponho facilmente o longa como mais bem avaliado que os filmes de grupo da DC, acima de Batman vs Superman, Liga da Justiça e Esquadrão Suicida, mas ainda não supera os outros dois filmes solos, é claro, ficando abaixo de Mulher Maravilha e O Homem de Aço.
O filme também se aproveita de desculpas das habilidades atlantes para encher-se de cores e luzes, como através da visão noturna, tornando assim um filme muito menos sombrio e lindo de se ver. Toda a mitologia de Atlântida e a fisiologia dos seus seres é muito bem explicada. É claro, peca em alguns exageros com piadas fora de hora, o que tem sido normal nos filmes de heróis ultimamente, mas não atrapalha o decorrer do longa.
Aquaman já está nos cinemas de todo o Brasil.