Ontem, a Netflix lançou uma nova série antológica chamada Diário de Horrores. Cada episódio é um conto que mistura suspense, terror e aventura. Antes de mais nada, queria ressaltar que este é um programa teen, ou seja, como eu não sou o público-alvo principal não me senti muito atraída pela série mas com certeza agradará aos mais jovens.
Numa espécie de Contos da Cripta, o Curioso, personagem mascarado, apresenta cada trama que envolve fatos sobrenaturais, tecnologia fora do controle e até magia negra. Não espere por finais felizes, aqui só tem desgraça. Para quem curte maratonar é super recomendado: são apenas 13 episódios de 25 minutos cada.
Falando sobre o Curioso, o co-criador Bede Blake disse: Ele é projetado para ser uma lenda urbana em evolução. Você não sabe o que há sob essa máscara e, ao mesmo tempo, ele não é uma ameaça para as crianças. Ele tem esse nome porque ele é naturalmente curioso, não é alguém para fazer mal. Ele é um observador.
O primeiro episódio, intitulado Amigo Virtual, compra um aparelho de celular que tem vida própria. Achei esse bem Black Mirror Junior, mostrando o lado perverso da tecnologia de forma exagerada, mas não chega a ser tão incômodo e não possui o mesmo tom crítico. Já Teatro de Bonecos parece uma típica história contada numa roda de amigos com fogueira a noite em uma floresta. É quase que vender a alma para o diabo para conseguir que um desejo infame se realize.
A produção é de baixo orçamento e não conta com altos efeitos especiais nem participação de atores famosos, mas os temas abordados te fazem pensar e são favoráveis ao debate como a fissura pelas redes sociais e em ser popular, odiar e sentir vergonha dos pais na adolescência, etc. As ideias são interessantes, mas as vezes não são executadas com perfeição.
Precisava um pouco mais de ousadia, já que podemos considerar a série um soft terror, sem sangue, sem sustos e, as vezes, sem sal. Mas, o que podemos esperar de um programa com classificação etária de 10 anos?
E, para quem já assistiu e quer mais, tenho uma ótima notícia: a segunda temporada já está encomendada, ainda sem data de estreia. Tomara que pelo menos o terror psicológico e a boa direção de arte sejam mantidos (e que melhorem um pouco o tom da coisa, é claro).

Nota: 3/5