Finalmente chega aos cinemas a história por trás do coadjuvante mais icônico do que o protagonista da trilogia Star Wars, Han Solo, criado por George Lucas para ser o bad boy do grupo em Guerra nas Estrelas, sempre funcionou muito bem para o espaço que lhe foi dado, mas será que funciona mesmo como protagonista?
Na minha opinião, estes filmes antológicos do Star Wars – tal como Rogue One – são bem melhores do que os episódicos, justamente por terem uma liberdade maior de contar a história sem se preocupar com uma franquia, mas Han Solo: Uma História Star Wars, ao contrário de Rogue One, vem aí com uma proposta de iniciar uma nova franquia, o que se torna preocupante.
A começar que o filme resgata personagens icônicos como o protagonista Han, – antigamente interpretado por Harrison Ford e agora por Alden Ehrenreich, conhecido por Dezesseis Lua – um jovem garoto de rua que foge para sobreviver com sua amada Kira, – personagem nova e interpretada Emilia Clarke, a eterna Daenerys de Game of Thrones – que não tem tanta sua sorte e acaba tendo de se alistar ao exército do Império – é interessante ver como a propaganda para o alistamento lembra muito as da Segunda Guerra Mundial, pondo como melhor solução para os jovens, incentivando a lutar por sua pátria e se tornar heróis, mesmo no fundo sabendo que aquilo tudo era um grande fascismo.
O filme mostra também como o protagonista conheceu outros personagens icônicos como o wookie Chewbacca, o galanteador Lando Calrissian, – que ganhou a vida por Billy Dee Williams e agora retorna interpretado por Donald Glover, famoso pelas séries Atlanta e Community – como ganhou a famosa nave Millennium Falcon e como se meteu no cartel do Jabba, mas enrola um pouco no desenrolar da trama para contar uma nova história alternativa, mostrando a ascensão do Império por outro ângulo – é interessante ver inclusive o ponto de vista dos soldados do Império e dos caçadores de recompensa – e também o nascimento da Rebelião ao mesmo tempo que traz de volta super-vilões já conhecidos da franquia e que você não esperava ver então.
O filme se preocupa tanto em explicar o mito do Han Solo e em criar uma nova história que esquece de desenvolver personagens potenciais como o próprio Lando que prometeu roubar a cena, mas ficamos com o frustrante gosto de quero mais, – aliás, destaque para sua dróide L7, uma robô empoderada – enquanto dá mais espaço para personagens novos que são descartáveis e nem assim tão interessantes. Apesar de tudo, o filme não cria nenhum furo no cânone – pelo menos não que tenha percebido ainda – e nem atrapalha a trilogia clássica, mas tem uma relação bem interessante com alguns elementos da trilogia prelúdio – sim, aquela mesma! Mas fique calmo, pois resgata o pouco que tem de bom.
Sobre o ator, Alden não é tão ruim quanto parecia na divulgação. Ainda tive dificuldades de me relacionar com ele e associar ao Harrison Ford, mas com o tempo, consegui desacoplar o saudosismo e aceitar que este é o novo Han Solo que está sendo preparado para ser um novo herói de uma possível nova trilogia. A computação gráfica, como sempre muito boa, mas em questão de criação de visual, senti falta de novidades e de elementos ou cenários magníficos e impressionantes como são de costume dos filmes, mas desta vez, nada de tão bom em novidade – com exceção do Percurso de Kessel que é sim impressionante.
Han Solo laça nesta quinta-feira dia 24 de maio e eu quero ver um filme sobre o Lando.