A mais nova série da Netflix está dando o que falar. Tentei escapar, já que estou acompanhando dezenas de programas (rs), mas foi inevitável assistir Dark, um suspense alemão de muita qualidade. O clima de mistério de uma cidadezinha onde quase sempre chove e desaparecimentos de jovens acontecem é embalada com músicas angustiantes e melancólicas e te prende do início ao fim (trilha sonora disponível nesse canal do Youtube).
A história (pelo menos grande parte dela) se passa em 2019 em um local onde há poucos registros de violência e jovens começam a desaparecer sem pistas. Logo no primeiro episódio, você começa a entender que a sacada da trama não está em entender o como ou onde e sim o quando. Nos episódios 2 e 3, você já compreende que o tempo é tão importante quanto os personagens da série. O espectador entra na rotina daquela localidade e sente os primeiros impactos dos desaparecimentos, observando como os alunos da escola lidam com isso, como está sendo a investigação da polícia e como o turismo da cidade também é afetado pelo caso.
O elenco principal traz Louis Hofmann, Oliver Masucci, Jördis Triebel e Maja Schöne, todos ótimos em seus respectivos papeis. A abertura, a trilha sonora e a fotografia são verdadeiras obras primas. E a trama se mantém em ótimo ritmo, revelando os segredos aos poucos, fazendo o espectador entrar naquele clima de meias verdades em que as coisas começam a fazer sentido em doses homeopáticas.
Já adianto que os temas retratados não são fáceis de digerir, como assassinato, suicídio, sequestro, tortura, traição e estupro. A comunidade, apesar de seus crônicos problemas, tenta se ajudar, mas há uma espécie de angústia coletiva e as pessoas sentem dificuldade de se expressar. Sem contar que os alemães, em si, já são pessoas frias. Imagina nessas condições?
Os roteiristas beberam da fonte de outras séries e filmes. Uma mistura do clima de Stranger Things com as viagens no tempo do filme Predestinado (2014). Se a história se passasse no Maine, fatalmente acharíamos que era um conto de Stephen King. E o que mais me chamou a atenção foram as teorias de conspiração que os fãs ficam discutindo enlouquecidamente. Realmente, a série é instigante e dá vontade de maratonar. Pena que, como eu disse, estou com tanta coisa para ver que ainda estou no quinto episódio. Mas, até agora, a série está maravilhosa. Espero que mantenha o nível até o fim da temporada.