Vivemos uma era em que a tecnologia está presente do segundo que acordamos até o momento em que vamos dormir. É exatamente esse sentimento que Jason Reitman quer passar em seu filme. De que a internet tornou o ser humano dependente dela mesma. Seja no caso do personagem de Adam Sandler que não consegue mais se masturbar sem ajuda da mesma, ou no caso na menina que busca apoio em sites para continuar com sua anorexia. Em todos os casos a internet se tornou a principal aliada seja com bons objetivos ou não.
O filme retrata a vida de 5 adolescentes e a relação que cada um tem com a tecnologia atualmente. Seja para jogar online, para buscar pornografia em apenas alguns cliques ou até a jovem que é totalmente censurada pela mãe em relação ao uso de aparelhos eletrônicos. Porém o diretor não se mantem apenas nos jovens. A visão dos próprios pais são parte crucial do enredo. Dando destaque ao casal que não se satisfazem sexualmente na cama e descobrem que existem sites com foco em encontros extraconjugais e tornam o ato de traição um negócio e bem mais simples.
Durante todo o filme somos apresentados à sonda espacial Voyager que foi lançada em 1977. Ela leva sons do nosso planeta para possíveis sinais de vida fora do nosso sistema. Deixando claro que o ser humano busca novas formas de relacionar com os outros á sua volta há bastante tempo. A jornada do satélite é constantemente comparada com a dos personagens. Todos ali buscam entendimento por meio da comunicação. Um objetivo que nem todos alcançam no decorrer da história. Sendo que alguns dos dilemas apresentados no filme seriam facilmente resolvidos com diálogos simples. Mas o homem parece ter perdido essa habilidade com o tempo.
O diretor não finaliza a história propriamente. Ele não dá um fim à cada personagem. Reitman deixa claro que o que ele quer contar vai até certo ponto, porém o que acontece depois dali fica no ar, sujeita à interpretação de cada um que assiste. Mesmo assim, Jason consegue fazer um final mais esperançoso que o livro que deixa as coisas muito mais em aberto.
Homens, mulheres e filhos é um filme que em nenhum momento crucifica a tecnologia, ele deixa claro que os pontos positivos e negativos irão vim de acordo com a forma que cada um decide usá-la. Mas deixa claro que as consequências podem ser grandes ou pequenas não importando a tamanho da tela do aparelho que você use.
Nota: 5/5