Até agora foram cinco anos do mais puro terror. Parabéns, James Wan! Você conseguiu criar com maestria o universo de Invocação do Mal e criou uma boneca dos infernos, Annabelle. Sério, eu conheço gente que comprou essa boneca e eu jamais conseguiria chegar perto de uma! Depois de Invocação do Mal (2013), Annabelle (2014) e Invocação do Mal 2 (2016), agora temos Annabelle 2 (2017) para voltarmos no tempo e ver como tudo começou.
Em 1940, o bonequeiro que constrói a famosa boneca tem sua filha morta em um acidente. Após longos anos, o casal recebe em sua casa um grupo de órfãs dirigidas por uma freira como uma forma de preencher a casa e o vazio deixado pela perda da menina. O terror psicológico da trama centrada na boneca com cara de psicopata funciona mais uma vez na famosa receita de bolo “momentos de silêncio seguido de barulho ensurdecedor”. É assim o filme inteiro, fazendo com que o espectador leve diversos sustos.
Antes de qualquer coisa, queria falar do elenco. Esther e Samuel Mullins, vividos por Miranda Otto e Anthony LaPaglia, não foram bem aproveitados. Adoro Otto e acho que ela já fez ótimos trabalhos, mas sua personagem é mantida num mistério tão grande durante boa parte do longa para nada. E LaPaglia está muito canastrão, sendo que ele já fez trabalhos muito melhores. Já o elenco mirim dá um show. Samara Lee, que faz a menina que morre no início do filme, e as órfãs Linda (Lulu Wilson) e Janice (Thalita Bateman).
Mas, plasticamente, o filme está de parabéns. A direção de arte e fotografia são de um capricho sem paralelo no gênero, os planos são ousados e a trilha vai na lógica do filme, ajudando a criar o clima de suspense. Não só o silêncio incomoda como o apagar das luzes também. Você vê apenas vultos e pedaços do que seria a presença maligna dentro da casa e a graça está justamente aí. Você nunca o vê completamente.
Para concluir, queria só dizer que utilizar bonecas ou outros brinquedos para tratar de espíritos do mal querendo invadir corpos de crianças é algo um pouco batido em Hollywood, mesmo que esteja sendo bem direcionado, como é o caso dessa franquia. Esse filme, inclusive, ainda pega referências de outros longas de terror como o poço de O Chamado e o espantalho de Colheita Maldita.
Gostaria muito de, em breve, ver algo inovador dentro desse gênero, como foi Jogos Mortais (2004), por exemplo, que foi roteirizado e dirigido pelo mesmo James Wan (e ele foi produtor executivo das sequências). Ou seja, o cara tem potencial para criar algo totalmente novo. Reinvente-se Wan! Eu e fãs do terror temos altas expectativas com relação ao seu trabalho. Inclusive pelo Jogos Mortais 8 – O Legado, cuja estreia está marcada para dia 20 de outubro. Já aguardo ansiosa!
Nota: 4/5
