Pra começar, eu preciso dizer uma coisa. Vocês vão me desculpar: mas eu perdi.
Para quem não conhece, O Jogo é um jogo mental que existe há muito tempo, trata-se de uma brincadeira interna, mas que se propagou. Não se sabe claramente quem o inventou e nem de onde surgiu, apesar de haverem teorias, algumas que, equivocadamente, associam ao Clube da Luta.
Para participar do Jogo, basta você aprender o Jogo. Não existe um convite, pois os jogadores evitam falar sobre o jogo – tal como o Clube da Luta, mas por outras razões. Não há como vencer o Jogo, mas o objetivo é passar o maior tempo possível sem perder – meu maior tempo foi quatro anos, mas agora com a globalização, está cada vez mais difícil. A partir do momento em que o participante lembra do Jogo, ele é obrigado a dizer claramente que perdeu. Se alguém que joga estiver por perto e ouvir ele dizendo que perdeu, automaticamente irá perder também, pois lembrará do Jogo.
E é aí que eu queria chegar, pois o Jogo está ganhando, nesses últimos meses, o maior crescimento já registrado, o que chega a ser preocupante.
E a partir do momento em que você lembrou do Jogo uma vez, é difícil ele sair da sua cabeça de novo.
E aí, você começa a ver O Jogo até em publicações de quem nada tem a ver com o jogo.
E quando você acha que foi de propósito, mas foi coisa da sua cabeça, e acaba fazendo a si mesmo perder.
E então você começa a enxergar o Jogo nas figuras cotidianas.
E então, para relaxar, você pensa em ouvir uma música e se distrair para não lembrar mais do Jogo.
Ou então, assistir uma série.
Ou mesmo um cineminha.
Que tal então assistir uma esquete no Youtube?
Ou ligar a TV?
Navegar na Playstore, ver que aplicativo novo tem por aí.
Mas não pense que é bagunça, o Jogo tem regras.
De qualquer forma, mesmo se você sair da internet, o Jogo vai estar lá se você estiver sujeito a perder.
Em resumo, não há como fugir do Jogo, pois ele está na sua cabeça. Algumas pessoas, para não perderem o Jogo, decidiram se tornar monges no Tibet, por exemplo. Ter uma vida plena, sem intromissão, passar a vida se dedicando a ser um mestre em paz mental, para que em sua consagração, após cerca de vinte anos, quando chega a hora de abrir o pergaminho que apenas mestres podem visualizar, lá ele estará: