King Kong pode ser considerado um dos maiores ícones hollywoodianos (até porque já foi retratado em três versões, com o clássico de 1933 e os remakes de 1976 e 2005, e até já enfrentou o japonês Godzilla, vide King Kong vs. Godzilla, de 1962). Mas, a cada releitura, só penso que, embora se tenha exposições diferentes, no fim das contas, acaba sendo mais do mesmo. No entanto, o que me levou ao cinema para assistir Kong: A Ilha da Caveira foi o elenco de peso e a pegada meio Apocalipse Now.
A história se passa em 1973, quando as tropas americanas estão saindo do Vietnã. O cientista Bill Randa (John Goodman) e o geólogo Houston Brooks (Corey Hawkins) conseguem aprovação do Senado para fazer uma expedição a uma ilha misteriosa na Costa do Pacífico. Randa acha que o local é berço de criaturas antigas, que habitaram a Terra antes dos humanos. Os dois contam com uma escolta militar que tem um sargento vivido por Samuel L. Jackson, um mercenário interpretado por Tom Hiddleston e uma fotógrafa encarnada por Brie Larson.
O grupo conhece a população local, uma tribo que trata o gorila gigante Kong como um rei pois ele protege a Ilha da Caveira de criaturas enormes e monstruosas. Na ilha, eles também conhecem o personagem engraçado de John C. Reilly, o único alívio cômico do longa. São bons atores, que admiro muito e suas interpretações realmente fazem a diferença neste longa.
Preciso nesse momento elogiar as sequências de ação e o tom alaranjado da fotografia. Um dos pontos altos do filme é quando eles enfrentam uma tempestade ao chegar na ilha. O diretor utiliza planos fechados e a narrativa de Samuel L. Jackson ao fundo completa o clima tenso. Ao mesmo tempo, os planos abertos valorizam a grande diferença de tamanho entre Kong e os demais humanos. Também achei de bom gosto os efeitos visuais e as criaturas em CGI. Até essa versão do Kong está bastante expressiva. A trilha sonora é bem boa (anos 70, melhor década): canções dos Stooges, Jefferson Airplane, David Bowie, The Hollies e Creedence Clearwater Revival.
Mas, tirando isso, o roteiro é bem simples e direto, por isso acho que o elenco tem uma presença marcante e carismática. É um filme de mero entretenimento com vastos clichês, mas, é de longe o melhor dos três remakes. Inclusive, rola novamente um momento A Bela e a Fera entre o gorila e Brie Larson. Já era de se esperar algo do tipo.
Se quiserem conferir no cinema, vale a pena assistir em 3D e aguardem a cena pós-crédito. Ela vai te animar. Consiste em uma promessa de que este Kong cruzará seu caminho com algo muito maior no futuro, dando brecha para que seja explorado um inesperado universo cinematográfico.
Nota: 3,5/510