Armas de última geração, lutas muito bem coreografadas com sonoplastias perfeitas de osso quebrando e sangue jorrando, mas tudo na medida certa, nada exagerado tipo Tarantino. É essa a vibe de John Wick – Um novo dia para matar, sequência do filme de ação de 2014, que continua sendo estrelado por Keanu Reeves. Aliás, esse papel caiu como uma luva pra ele. Acho que ele faz muito bem seus papeis em filmes de ação, principalmente pelo fato de lutar tão bem na vida real, já que aprendeu Kung Fu, Karatê e Jiu Jitsu.
Ao ler a sinopse, você acha que o filme é muito parecido com Busca Implacável ou algo do gênero. Seria mais um filme de matador profissional aposentado que é obrigado a retomar o trabalho. Mas, o longa vai além. Enquanto 007 preferia “Um novo dia para morrer“, John Wick opta por “Um novo dia para matar“. Tudo que havia de estiloso, característico e original no primeiro filme está mais aprofundado na continuação.
O filme se trata de uma sequência imediata após os eventos do primeiro longa. Mesmo assim, John tenta garantir sua aposentadoria até que um antigo colega o visita, pedindo um favor ao qual matador profissional deve honrar por pacto de sangue. O protagonista nega e, com isso, acarreta não só em desafios que cruzam pelo submundo do crime, mas também acabam desencadeando consequências muito além das que John se preocupava inicialmente.
A sequência expande o universo do primeiro. Conhecemos mais a fundo os meandros dos assassinos, a alta cúpula do crime organizado mundial, suas regras e os antigos e novos aliados, bem como inimigos do passado e presente de John. Podemos notar que a trama foi inteligentemente pensada. Sua produção e direção tiveram o cuidado de manter personagens terciários do primeiro filme, nos ajudando a entender como funcionam as coisas do mundo violento e cheio de códigos da trama. O filme zela pela assinatura de uma franquia concisa e bem particular, como por exemplo, não foi feito por Jack Reacher em seu segundo filme.
Só uma observação com relação a participação de Laurence Fishburne: muito legal juntarem dois atores que já atuaram antes (trilogia Matrix). Quando eles conversam no filme, por um momento pensei que ele pediria para John escolher entre a pílula azul e vermelha (rs).
Uma novidade bacana para os fãs de John Wick é que a Dynamite anunciou uma HQ inspirada nos filmes para 2017. Detalhes da trama não foram divulgados, mas a revista vai contar histórias paralelas aos longas.
Não vá ao cinema achando que o roteiro te fará refletir. John Wick representa um eficaz filme de ação, mantendo seu personagem interessante, entregando um ótimo material. Não é um completo banho de sangue. Buracos em muitas cabeças? Com certeza. Mas, não é massante, nem exagerado.
NOTA: 4/5