Eu me perguntei várias vezes se a temática zumbi já deu o que tinha que dar. O assunto é um dos mais explorados nas últimas décadas em livros, séries e filmes e o povo parece nunca enjoar. Até que surge uma produção sul coreana magnífica chamada Invasão zumbi (Train to Busan no original). Aí vocês perguntam: “Caramba, Gabriella! Filme coreano? Deve ser muito B!”. Eu respondo: “É aí que você se engana! É um dos melhores longas do gênero! Dou vários motivos para que você assista!”.
Um pai divorciado (Gong Yoo) está viajando em um trem de Seul para Busan junto de sua filha (Kim Su-an) para comemorar o aniversário da menina. Sempre ocupado com seu trabalho, passa pouco tempo com a filha e logo o público se antipatiza por ele. O pouco que se sabe do que está acontecendo é que um vírus acaba de se espalhar em todo país, e um dos zumbis infectados acabou de embarcar no mesmo trem. O pai e sua filha juntam-se a um grupo de pessoas para lutar pela sobrevivência, enfrentanto inúmeros desafios criados em meio do trajeto percorrido a 300km/h.
Muita tensão e zumbis coreanos em um cinema perto de você!
O diretor Sang-ho Yeon prova que é possível fazer mais do mesmo mas com um “quê” a mais. E olha que 90% do filme se passa dentro de um trem! Isso faz com que escapar do contágio do tal vírus se torne uma missão quase impossível. Momentos de tensão, claustrofobia, medo, tristeza e agonia são muito bem explorados pelo ótimo roteiro. E os zumbis não são lentos como em The Walking Dead. O que torna o filme mais interessante é que o contágio é rápido e os zumbis são muito ágeis, como pudemos ver em Guerra Mundial Z, por exemplo. Tudo bem que a expressão corporal da transformação é bem exagerada e teatral, mas que obra oriental não é assim?
A alta tecnologia estraga um pouco a magia que o cinema tinha quando víamos muitos figurantes em cena, com bons figurinos e maquiagens e poucos efeitos. Conseguimos obter essa experiência, que hoje em dia é bem rara, com Invasão zumbi. Garanto que você nunca viu tanto coreano junto! Rs
Os zumbis do longa são muito ágeis, como os de Guerra Mundial Z
E apesar da loucura desenfreada que é o filme, pois o espectador tem poucos minutos de “sossego”, ainda há momentos com alta carga dramática, apelando mesmo para o lado humano, moral e ético. O que vale nesse momento é a união ou vale a premissa “cada um por si”? Os protagonistas se deparam, o tempo todo, com escolhas muito difícieis, que devem ser feitas rapidamente. E as soluções para os problemas são primorosas, como a sequência em que eles percebem que uma das fraquezas dos zumbis é a dificuldade de enxergar no escuro.
Tudo bem que o final é clichê mas fica meio que em aberto para os espectadores decidirem o que poderia acontecer dali em diante. Achei, num geral, bem inovador para um gênero tão desgastado. Basta saber se será o suficiente para uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (será?). O jeito é esperar até 24/01, dia em que serão anunciados os indicados.
Nota: 4/5 (Só não dou 5 porque eu AMO Guerra Mundial Z! Ainda bem que o 2 estreia em 09/06/2017. E tomara que não me decepcione…)
