Não vejo filmes brasileiros com muita frequência, mas tenho que admitir que somos fortes em comédia. Ainda mais quando se trata de Paulo Gustavo como Dona Hermínia: além de ficar lindo como mulher, ele tem o timing perfeito e é o maior destaque, definitivamente, de todo o elenco de Minha mãe é uma peça 2, que estreou quinta-feira passada nos cinemas.
Os motivos das maiores loucuras de Dona Hermínia: seus três filhos.
Mas, sendo uma produção Globo Filmes, o que você deve esperar: ar de programa humorístico de TV, que, juntando várias esquetes acaba transformando em um longa. Apesar da crítica ter caído em cima da estrutura narrativa ser assim, não me espantei porque eu já sabia que seria dessa forma porque o primeiro foi concebido assim.
Dona Hermínia sofre o que muita mãe passa em certo momento da vida que é deixar os filhos saírem de casa, se libertarem e amadurecerem, vividos novamente por Rodrigo Padolfo, que faz o papel de Juliano, e Mariana Xavier, que interpreta Marcelina. Até aí, muita gente se identifica. Inclusive com o jeitão inusitado de ser: super protetora, mal educada e intrometida demais. O problema é que acho o resto do elenco muito apagado do lado do Paulo Gustavo, que se esforça até o último fio da peruca pra fazer graça (e consegue, óbvio).
Acontecem outras coisas durante o filme, como o relacionamento de Dona Hermínia com suas irmãs (Patrícia Travassos como Lúcia Helena e Alessandra Richter como Iesa), cada uma mais louca que a outra, e com a amável tia, que já está meio esquecida por conta da idade (Tia Zelia, interpretada por Suely Franco). Mas, achei a história meio rasa.
Dona Hermínia se estressa tanto que quase tem um ataque e vai parar no hospital
O final foi super interessante, dando um possível gancho para mais um longa, fechando uma trilogia. O próximo tem muito potencial e, se souberem desenvolver uma história completa e mais redonda, poderá ser o melhor dos três. Dica aos roteiristas: vai na linha Sex and the city que vocês acertarão em cheio rs.
Destaque para duas cenas: a peça de Marcelina (ela louca no trânsito para chegar a tempo e depois dando uma de mãe babona foi realmente legal) e ela se livrando do síndico do prédio com spray de pimenta (não dá vontade de fazer isso com certas pessoas? Parece libertador!).
Nota: 3,5/5
