Conheça os irmãos Von Erich e sua jornada para entrar na história do mundo profissional altamente competitivo da Luta Livre no início dos anos 80. Através de tragédias e triunfos, os irmãos buscam o respeito do pai e imortalidade na maior arena dos esportes.
Apesar de esnobado pela Academia e não estar concorrendo em nenhuma categoria dos Oscars, “Garra de Ferro” merece elogios por contar a história verídica dos irmãos Von Erich em sua incessante busca pela aprovação do pai com ótimas performances, ótima montagem, ótima trilha sonora e sem cair em velhos clichês.
A trama segue a família, porém o foco maior é na percepção de Kevin Von Erich (Zac Efron) dos trágicos eventos que assombram seus irmãos. Efron arrasa como o carinhoso Kevin sem exagerar na dose e, mesmo com seu porte monstruoso para o papel, sua atuação aos poucos entrega o quão inocente Kevin realmente é até o ponto que é possível enxergar o jovem de pouco mais de 20 anos do início do filme.

A montagem é precisa para rapidamente em poucos minutos deixar claro como são todas as relações familiares. O pai é frustrado de nunca ter atingido o título de Campeão Mundial dos Pesos-pesados e coloca sobre seus filhos o peso de trazer para casa o cinturão. É um amor paterno totalmente condicional, possuindo até mesmo um ranking de favoritismo entre os filhos, que o pai deixa claro na mesa de café da manhã como se fosse super normal. Aqui é que está o trunfo dessa história: o pai.
Fritz “Garra de Ferro” Von Erich, interpretado pelo excelente Holt McCallany (Mindhunter), não é o pai durão e ameaçador que muitas dessas histórias escolhem fabricar para deixar claro sua opressão. O ex-lutador, dono do golpe final que dá título ao filme, simplesmente criou um ambiente dentro de casa em que só se fala do esporte de maneira positiva e sua importância para ele desde a infância dos filhos, então é claro que os baby boomers se interessariam em algo que claramente agradaria seu pai. Fritz aplicou seu golpe final nos filhos da mesma maneira que em seus oponentes da luta-livre: sem força, sem muita pressão, só o suficiente para ter os resultados que queria.
A trilha sonora é a cereja no bolo, contendo clássicos como Tom Petty, Rush, Blue Öyster Cult e a versão original da música do momento, “Beggin'”, agora famosa pela versão da banda Maneskin. Mas destaco outra canção, dessa vez original do filme e feita por Richard Reed Parry, multi-instrumentista da banda Arcade Fire. “Live That Way Forever” bate diferente cada vez que toca no filme e isso é prova de uma história bem contada, na qual é feita uma amizade entre os irmãos Von Erich e a audiência.