O primeiro filme que tivemos contato com o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) foi Homem de Ferro em 2008, de lá para cá muitos heróis e vilões surgiram, arcos narrativos cresceram e uma “fórmula Marvel” de fazer filmes passou a ser referência entre críticos e fãs, devido a um estilo narrativo que se repete ao longo da franquia. Eternos, quebra o padrão mas traz itens preciosos para um filme Marvel em 2021, se mostrando um projeto ambicioso e importante para a nova fase do MCU.
Dirigido por Chloé Zhao, vencedora do Oscar Melhor Diretora e Melhor Filme em 2021, produzido por Kevin Feige e roterizado por Chloé Zhao, Patrick Burleigh e Ryan Firpo o filme traz uma sensibilidade artística, com cenas belíssimas (indico, inclusive, ver em IMAX) não habituais em filmes da Marvel, e um roteiro repleto de conflitos ideológicos e reflexões sobre a sociedade.
Sobre os personagens, os Eternos são seres imortais que foram enviados à Terra para proteger os humanos dos Deviantes, criaturas que surgem no planeta Terra para gerar caos desde 5.000 a.C, e assegurar a evolução humana sem interferir diretamente em suas ações.
O Elenco é de tirar o fôlego! No grupo principal temos: Ikaris (Richard Madden), Sersi (Gemma Chan), Ajak (Salma Hayek), Duende (Lia McHugh), Thena (Angelina Jolie), Kingo (Kumail Nanjuani), Gilgamesh (Ma Dong-seok), Druig (Barry Keoghan), Makkari (Lauren Ridloff) e Phastos (Bryan Tyree Henry), e a presença também do professor Dane Whitman (Kit Harrington) e Karun (Harish Patel) no elenco de apoio.
A mudança do gênero de alguns personagens dos quadrinhos, como por exemplo Ajak que no quadrinho original é um personagem masculino, faz com que a diversidade tenha mais espaço. Além disso, chega a ser difícil destacar apenas um protagonista, há a introdução de um grupo de pessoas, com suas personalidades diferentes e mostrando que é possível fazer um filme de herói sem ficar preso em uma receita padrão.

Uma grande diferença deste para outros filmes da franquia é a seriedade. O filme, muitas vezes, traz mais reflexões do que piadas, os poucos momentos de alívio cômico saem do personagem que não é um dos Eternos, o que mostra uma diferença gritante para o que estamos acostumados a ver nos filmes do MCU, tirando talvez Vingadores Ultimato, que é um dos filmes mais sérios da franquia antes de Eternos.

As cenas de ação que estão presentes no filme cumprem seu papel e dão o dinamismo necessário para a história, não são muitas mas são bem colocadas e importantes para destacar os poderes de cada um. Menção honrosa para todas as cenas da Angelina Jolie, que interpreta a Thena uma personagem com conflitos relacionados aos seus poderes, gerando momentos de emoção.
Eternos traz, como esperado, o traço místico para o MCU, com explicações sobre o surgimento do Universo, dos planetas e da raça humana. É um filme introdutório, mas diferente do que estávamos acostumados a ver, mostra o início e o tempo atual mesclando os momentos e construindo nessas partes as personalidades de cada personagem e suas motivações, fatos importantes para o arco narrativo de encerramento e para gerar apego (ou desapego) dos personagens. São duas horas e quarenta minutos de duração, onde na primeira hora não dá para sentir o tempo passar, entretanto existem cenas que podem parecer sem necessidade em alguns momentos mas que depois fazem todo o sentido e a sensação de “enrolação” some com a conclusão do enredo.
O longa traz uma nova fase par ao MCU, pode dividir críticas (#chorahomofóbicos) porém, quem clamava por maior criatividade no MCU, tem tudo para gostar.
Obs. Tem duas cenas pós créditos impactantes, não saia do cinema antes de ver as duas!
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