Invencível (Invincible) é a nova série animada de super-heróis da Amazon Prime Video baseada no quadrinho de Robert Kirkman, criador de The Walking Dead, e apesar de ser muito comparada com The Boys por trazer uma retratação mais adulta do universo dos super-heróis, Invencível trabalha melhor o otimismo deste universo e as relações interpessoais.
Eu não conhecia os quadrinhos antes da série e não tive oportunidade de ler a HQ antes de assistir, mas ao que parece foi realizada aqui uma ótima adaptação. Robert Kirkman é, inegavelmente, muito bom em contar histórias sequenciais. Apesar do The Walking Dead ter fracassado em alguns momentos, a gente sabe como a história segue muito bem apresentando pontos lá no primeiro arco que vão ser muito importantes depois e mesmo assim encerrando dali aqueles aqueles arcos já introduzidos, pois aqui não é muito diferente. A história de Invencível começa com o mundo já estabelecido onde super-heróis existem muito parecido com Universo DC e também algumas outras referências do Universo Marvel e de outras editoras também. Começamos vendo os Guardiões Globais, que são como se fosse a Liga da Justiça deste universo, e também o viltrumita Omni-Man (J. K. Simmons) que é uma espécie de Superman, mas que não se alia a supergrupos. Omni-man tem um filho chamado Mark (Steven Yeun), metade viltrumita, que acaba despertando, quase no fim da adolescência, os seus poderes e já de cara deseja se tornar também um super-herói como o seu pai, mas o seu pai não era bem que ele esperava.
Por razões que só vão ser explicadas no final da temporada, Omni-Man acaba no primeiro episódio exterminando os Guardiões Globais, dando fim assim a principal equipe de super-heróis da Terra. Você vai acompanhando aos poucos então Mark, ou o ironicamente intitulado Invencível, crescendo como um super-herói se enturmando com a jovem equipe estimada a ser a principal substituta dos Guardiões Globais enquanto vai descobrindo aos poucos os motivos do por que Omni-Man fez aquela chacina e o final é completamente surpreendente, assustador e incrivelmente bem concluído e, claro, deixa ponta para várias outras tramas que foram introduzidas no meio dessa temporada, também inspiradas em arcos famosos da Marvel e DC, e que provavelmente vamos ver nas próximas nos deixando ainda mais ansiosos para assistir.
A animação lembra muito de desenhos dos anos 2000 como Liga da Justiça, X-Men: Evolution e Justiça Jovem. Tem uma movimentação muito boa traços que lembram uma mistura ocidental e oriental e que também lembram personagens desconhecidos da DC e da Marvel e que também lembram os atores que os dublam e por falar nisso: um elenco de voz excepcional! Boa parte do elenco de The Walking Dead tá aqui e eles fazem um trabalho incrível criando a voz de seus personagens como é o caso do próprio Steven Yeun e também de Lauren Cohen, Sonequa Martin-Queen, Chad Coleman, Michael Cudlitz e Lennie James que fazem a primeira equipe de Guardiões Globais – parar o episódio na Amazon Prime para olhar o elenco naquela barra lateral é algo viciante de fazer aqui. Eu confesso que no começo eu tive um pouco de desinteresse, porque eu sinceramente não aguento mais versões malignas do Superman – só nesses últimos anos tivemos o Superman de Injustice, o Brightburn, o Capitão Pátria de The Boys e o Superman arauto de Darkseid em Liga da Justiça de Zack Snyder.
Mas o primeiro episódio acaba quebrando um pouco também essa expectativa, porque nos introduz a uma trama adolescente genérica. Porém, é logo no final do primeiro episódio e também no decorrer dos próximos que a gente se surpreende ao descobrir do que realmente a série se trata e não: não é uma mera desconstrução de heróis violenta e gratuita, mas sim uma desconstrução para nos ensinar qual é a importância do otimismo dos super-heróis usando de exemplo personagens com moral deturpada contrapondo com outros com moralidade intacta mostrando que não é preciso que todo mundo seja sombrio, violento ou tom de cinza para descrever realismo ou uma história madura. Isso tudo numa série em que pega o público, não só aqueles que gostam de heróis, mas também os que gostam de uma temática mais adulta e sanguinolenta, a fim de ensinar como é o caminho que deve ser seguido daqui para frente com outras séries como o próprio The Boys ou o vindouro Legado de Júpiter na Netflix.

A primeira temporada de Invencível já está completamente disponível no Amazon Prime. Diga aí nos comentários o que você achou da série, se você concorda com minha opinião e se você gostaria que fizéssemos um podcast ou uma live especial para falar sobre Invencível e mais conteúdos, não só sobre a série animada, mas sobre a série em quadrinhos também!