Eu sempre via esse filme e evitava pensando: Mais um clichê de invasão sem notar algo crucial na sinopse, uma forma nova de sentir medo: a falta de audição. O filme tem 1h20 de duração e com tanta adrenalina que você não vai sentir passar.
Do que se trata?
Nossa protagonista se chama Maddlie e teve miningite aos 12 anos. Cresceu, virou escritora e atualmente encontra-se sozinha em uma casa afastada da cidade, concentrada em finalizar mais um livro quando percebe que sua vida está sendo ameaçada e sua casa virou sua jaula.
Jaula? Sim! O tesão do assassino é o pânico da vítima, a caçada, a dominação, e ao notar que Maddlie é surda, o assassino decide anunciar que ela está sendo observada e aí o jogo começa. A casa é em formato circular, com muitas janelas de vidro e a maioria das cenas se passam em dois cômodos (o que em um determinado momento acabou me cansando). Você consegue sentir como ele fica intrigado e parece estar entretido pela deficiência dela e por poder acompanhar as tentativas de sobrevivência, deixando claro que pode entrar quando quiser, mas vai esperar ela pedir por isso.
Em algumas cenas o som é cessado para nos dar a imersão maior e mais angustiante ao filme. Gosto de filmes de terror porque me estimulam a raciocinar uma forma de sobrevivência e “treinar” o psicológico para uma situação de pânico então para pessoas com eu, ter o áudio interrompida será como uma asfixia.
Um ponto interessante que posso lançar para vocês sem spoiler é que o diretor Mike Flanagan é fã de Stephen King, que o elogiou bastante por Hush após o lançamento. Na cômoda no início do filme um dos focos é em um dos livros de King, que me fez pensar que o filme seria uma adaptação de alguma obra dele. Não é, mas sem dúvida Flanagan se inspirou com maestria.
O filme me prendeu bastante pela curiosidade em descobrir como ela poderia sobreviver sem audição e sem Maddie fazer noção dos barulhos que faz, nos causando mais ansiedade. Não dá tempo pra relaxar, o filme surge cheio de possibilidades impensáveis para as condições de Maddlie. Ele não foge do possível e se torna uma linda luta por sobrevivência até o fim. Vale muito a pena, foi bem construído, mostrou que um clichê com um novo ponto de vista pode ser fantástico. A história é boa e valeu a pena, cumpriu o papel de um bom filme de suspense.