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Entre Facas e Segredos | Crítica

Rian Johnson resgata o gênero policial para satirizar a sociedade estadunidense

João Oliveira Por João Oliveira
29 de novembro de 2019
Em Filmes
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Entre Facas e Segredos | Crítica

This image released by Lionsgate shows Ana de Armas, left, and Daniel Craig in a scene from "Knives Out." (Claire Folger/Lionsgate via AP)

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Desde os primórdios do cinema, o gênero policial é algo que move audiências, esse tipo de filme sempre foi capaz de cativar boa parcela de público, seja por um viés mais denso – com os suspenses que consagraram o subgênero noir das décadas de 40 e 50 – ou através de uma veia mais cômica como os Panteras Cor-de Rosa, que evidenciam as trapalhadas do Inspetor Clouseau – excepcionalmente interpretado tanto por Peter Sellers, quando por Steve Martin. Na literatura, a novelista Agatha Christie se consagrou com suas inúmeras reproduções desta temática, ganhando até algumas adaptações para a grande tela (A última sendo o fraco Assassinato no Expresso do Oriente de 2017). Eis que surge Entre Facas e Segredos, contando com um elenco estrelado, o diretor e roteirista Rian Johnson (Looper, Star Wars: Os Últimos Jedi) se apropria deste tema para entregar seu novo longa-metragem.

Em um primeiro momento, o filme pode parecer pouco atrativo, pois sua premissa soa como qualquer adaptação genérica de algum livro de Agatha Chistie, afinal, a trama é engatilhada pela morte de Harlan Thrombrey (Christopher Plummer), um escritor famoso que, misteriosamente, veio a óbito na noite da comemoração de seu octogésimo quinto aniversário. Obviamente, todos os presentes no evento se tornam suspeitos de um crime, por mais que os indícios sejam de um suicídio. Com isso, o renomado investigador Benoit Blanc (Daniel Craig) é chamado para ajudar o Tenente Elliot (Lakeith Stanfield) a desvendar este caso. No entanto, a película vai muito além das reviravoltas clássicas que o gênero permite, pois, Rian Johnson foge do anacronismo das narrativas de Christie e imprime uma contemporaneidade à narrativa para estabelecer uma crítica pontual à sociedade norte-americana atual.

Por mais caricatas que sejam as personagens, cada uma serve um propósito de representar algum estereótipo americano bem específico. Linda (Jamie Lee Curtis) é a self made woman, que negou administrar o legado do pai para seguir uma carreira empreendedora e construiu um império. Ela é casada com Richard (Don Johnson), o marido conservador nos costumes, mas adúltero, que traí a esposa com uma mulher mais nova. O filho deles, Ramson (Chris Evans) é o millenial mal-encarado e desempregado, que vive na aba da família. Walt (Michael Shannon), o outro filho de Harlan, é o homem que resolveu seguir os passos do pai, administrando a editora e tomando para si o legado do escritor, inclusive se vangloriando das conquistas do patriarca como se fossem dele. Ele possui um filho, Jacob (Jaeden Martell), um jovem troll de extrema-direita da internet. Nos agregados da família, temos Joni (Toni Colette) a excêntrica “guru de lifestyle” socialmente engajada e viúva de um dos filhos do escritor. A filha dela, Meg (Katherine Langford), é a típica jovem alternativa recém-ingressada na faculdade. Por fim, temos Marta Cabrera (Ana de Armas) a doce enfermeira latina que chegou aos EUA através de uma imigração ilegal.

É interessante notar o figurino de cada personagem, todos vestidos de forma propositalmente distinta e extravagante, algo que pode ser notado no poster do filme. Para exemplificar, vou citar Jamie Lee Curtis com suas roupas bem cortadas, demonstrando a rigidez e o poder de sua personagem e Michael Shannon com sua bengala, que pode ser interpretada como uma necessidade constante de apoio, visto que ele quem assume os negócios da família.

Estas personalidades são estabelecidas logo na sequência inicial do filme, onde, através de uma montagem dinâmica, Johnson coloca as personagens depondo diante dos investigadores e cada uma conta sua versão da história. Após idas e vindas de flashbacks, o público conhece cada peça deste tabuleiro e é praticamente colocado dentro da investigação, pois o diretor não economiza em expor as memórias de cada membro presente na festa, exibindo até mesmo cenas que entram em contradição, por serem versões de diferentes depoentes. No entanto, não é só a montagem que se encarrega de nos submergir no filme. Rian Johnson é muito perspicaz e detalhista com a sua câmera e, logo no começo, vemos ela percorrer a mansão filmando objetos peculiares, como os romances policiais escritos por Harlan – introduzindo a premissa não verbalmente–, algumas máscaras como peças de decoração – evidenciando uma trama de mentira e falsidade – e, é claro, o objeto título do filme: a faca, que possui uma presença constante, por ser a ferramenta causadora da morte do escritor. Além disso, outra peça frequentemente filmada é um autorretrato de Harlan, ressoando a presença fantasmagórica e, ao mesmo tempo, imponente do patriarca da família quase que de maneira opressora. Com isso, em pouco menos de meia hora de filme, as cartas são colocadas na mesa e o restante da história embarca na narrativa clássica do que ficou conhecido como whodunnit, subgênero policial que conta uma história de busca pelo autor de um crime.

O restante da narrativa se preocupa em desenvolver o mistério até culminar na cena final que desvenda o caso (não vou nem dizer se foi assassinato ou suicídio). Forçados a ficar dentro da mansão, a família tipicamente americana troca farpas e acusações ao longo do filme. É interessante ver como eles se comportam, pois , aos poucos, a família vai se demonstrando cada vez mais ruída e disfuncional após a morte do patriarca e, mais interessante ainda, é ver como eles reagem ao anúncio de que toda a herança recaí sob o colo de Marta. Assim que isso acontece, aqueles membros que a tratavam como uma familiar, deixam suas máscaras caírem e se unem para atacar a imigrante ilegal, chegando até a ameaça-la com uma denúncia na Polícia Federal. O que mostra não só uma crítica direta à ganância, mas também à questão migratória dos Estados Unidos, onde muitos vêem o estrangeiro como um operário feito para servir e, à partir do momento que esse cenário muda, ele é tratado como uma ameaça ao território nacional, representado pela mansão Thrombrey.

Por mais que as críticas sejam evidentes, Entre Facas e Segredos não é um filme sério, muito pelo contrário, há uma veia cômica muito forte, chegando a apelar para a escatologia em alguns momentos (Marta quando mente vomita). Justamente por imprimir essa leveza na narrativa, o longa-metragem brinca com os clichês que este gênero permite, lançando diversas reviravoltas e pregando peças no espectador. Além disso, Rian Johnson comanda seu elenco de forma primorosa, pois, como dito, todos os personagens são caricatos, mas em nenhum momento soam forçados, muito pelo contrário, as interações entre eles são provavelmente a coisa mais gostosa de se assistir no filme.

Entre Facas e Segredos é uma obra despretensiosa que resgata a qualidade do gênero policial de maneira que há muito tempo não era vista na telona. O filme consegue mesclar sátira política e mistério de forma caricata, mas cativante. É um filme que te envolve do primeiro minuto até o minuto final, suas duas horas de duração passam rapidamente. É uma experiência divertida, envolvente e, principalmente, engraçada, mostrando que não necessariamente é preciso imprimir realismo e densidade para que um filme seja bom. Definitivamente a melhor opção num futuro próximo para quem busca se entreter nos cinemas.

O filme estréia quinta-feira, dia 05/12, nos cinemas de todo o Brasil. 

Tags: Ana de ArmasChris EvanscomediacríticaDaniel CraigLionsgatepolicialRian Johnson
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João Oliveira

João Oliveira

Apaixonado por Cinema, me formei em Relações Internacionais, mas logo larguei o curso para perseguir a carreira como crítico de filmes. Estudei algumas coisas dentro desta área e pretendo me aprimorar cada vez mais. Tento ver uma boa quantia de filmes por ano e até agora nada conseguiu barrar Blade Runner (1982) como meu filme favorito.

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