As pessoas adoram falar mal de Supergirl, dizendo que é a série mais fraca do Arrowverse, porém, além de ser uma série focada em uma heroína (coisa rara), tem muitos aspectos interessantes. “Ah, mas tem muito draminha e romancezinho em Supergirl“… Gente, isso também tem no Arrow e no Flash, dá licença! Todos eles possuem mais ou menos a mesma estrutura narrativa (normal, até porque são dos mesmos produtores, mesma emissora, mesmo universo). Mas, hoje, estou aqui para falar de como começou a quarta temporada e já adianto que achei algumas coisas bem bacanas e que me deixaram com ainda mais vontade de continuar acompanhando a série.
Sei que a série tem seus altos e baixos (assim como as outras que já citei), mas, à primeira vista, o clima na quarta temporada mudou. Na verdade, a sequência inicial do episódio mostra ela salvando pessoas de outros lugares sem ser nos Estados Unidos. Até que enfim, né pessoal? Não existe só National City no mundo… A paz reina, até que acontecem alguns ataques de ódio contra alienígenas, liderados pelo Agente Liberdade (Sam Witwer), que conta com dois capangas, Mercy (Rhona Mitra) e Otis Graves (Robert Baker). Os irmãos Graves já trabalharam para Luthor nos quadrinhos e aproveitaram isso na trama do programa.
Aliás, os Estados Unidos vivem, mais do que nunca, uma enorme propagação de discursos de ódio que pregam o racismo, xenofobia, misoginia e homofobia. A série só quis tocar em um assunto tão atual e achei isso um ponto forte desse episódio. Esses ataques estão acotecendo em um momento que marca os dois anos da Anistia Alienígena. A questão do ódio dos alienígenas já foi retratada nos quadrinhos e em outros filmes/séries. E, para completar, a atriz trans Nicole Maines, que vive uma novata jornalista da CatCo, foi uma acertada escolha. É muito interessante acompanhar mais uma repórter crescendo em sua carreira como vimos acontecer com a Kara.
Há uma discussão entre J’on J’onzz (David Harewood) e Supergirl por divergência de opiniões com relação aos ataques. Ele tenta alertá-la de que os crimes estão ligados ao ódio contra alienígenas mas ela insiste em não enxergar isso. A real é que eu achei ele meio deslocado na série pelo fato de não estar mais no DOE e não fazer mais parte da rotina das irmãs Danvers. Se ele jurou ao pai delas que cuidaria das meninas como se fosse um pai, estranhei esse afastamento, mas pode ser que isso mude nos próximos episódios. E tudo porque ele prometeu ficar mais em paz quando o pai dele morreu. Sei lá…
Estava me preocupando a reaproximação da Lena Luthor (Katie Mgrath) com a mãe, Lillian, fazendo visitas no presídio. Mas rola uma parada interessante mais pro im do episódio mostrando suas boas intenções. Gostaria que ela se mantivesse como mocinha, indo contra a maré da família criminosa. É muito mais interessante do que fazer jus ao sobrenome bandido.
Em suma, a essência de inocência e esperança da Kara pode ser irritante para algumas pessoas, mas tanto o Superman como a Supergirl foram constrúídos para serem símbolos de esperança, mesmo em tempos caóticos. É preciso ter fé de que a humanidade ainda tem salvação e é esse espírito positivo que move esta nova temporada. Convenhamos: nós brasileiros, que vivemos uma grande crise e ainda estamos vivendo um conturbado período eleitoral, precisávamos mesmo de uma série assim…
Ah e preparem-se para a ausência do Jeremy Jordan como Winn Schott, porque seu “substituto” Brainiac 5 (Jesse Rath) é bem sem gracinha. Não, ele não saiu totalmente da série, mas deixou o elenco fixo, se tornando recorrente.