Por: Everton Dias e Matheus Volnutt
Se tem um lugar onde a DC é definitivamente melhor em filmes é em seus filmes animados. Seu universo, iniciado em A Morte do Super-Homem, 2008, completa agora 10 anos com a A Morte do Superman, 2018, que inclusive a crítica já está aqui no site. Em comemoração, vamos agora listar os 10 melhores filmes do universo criado em 2008 para os filmes animados da DC.
10 – Liga da Justiça: Deuses e Monstros
No decorrer desta lista você caro leitor, notará que algumas das animações aqui citadas se passam em universos paralelos ao universo DC ao qual estamos acostumados, e “Liga da Justiça: Deuses e Monstros” é uma delas!
Lançado em 2015, o filme conta com a volta de Bruce Timm as animações da DC e apresenta a trindade Superman, Batman e Mulher Maravilha em uma roupagem totalmente diferente da usual. Na verdade, tão diferentes que até parecem outros personagens… Peraí, são mesmo! Nessa animação nós vemos um universo alternativo onde o filho do General Zod foi enviado a Terra no lugar de Kal-el, o Batman é na verdade o Kirk Langstrom aka Morcego humano (esse trocadilho meio que funciona melhor em inglês, já que o personagem se chama “Man-Bat”. Sacou o trocadilho? Batman? Man-bat? Hein?! Hein?! Acho que deu pra entender.) e a Mulher Maravilha é a Bekka, dos novos deuses. Porém, a mudança que num primeiro momento pode fazer o espectador torcer o nariz acaba se tornando um dos maiores pontos positivos na trama. Os personagens funcionam muito bem, tem ótimos conflitos internos e parece que sempre estão a um pequeno passo de cruzar a linha tênue que os separa dos vilões. (Com destaque para o Superman, que em tempos de Donald Trump, é retratado como sendo acolhido e criado por uma família de imigrantes mexicanos.)
Sem falar que, em tempos onde praticamente todos os estúdios correm desesperados em busca da criação de franquias e universos compartilhados, o filme foge disso, apresentando uma história bastante contida e sem se preocupar em buscar grandes ligações com outras animações.
Enfim, uma animação bem fora da caixa que promete agradar aos DCnautas de plantão!
9 – Superman & Batman: Apocalipse
Este já faz parte sim de um universo, iniciado em Superman & Batman: Inimigos Públicos, inspirados na série de quadrinhos Superman & Batman: Os Melhores do Mundo. O primeiro não é muito bom, já este segundo, inspirado na saga Supergirl de Krypton, conta a melhor versão de origem da Supergirl, uma em que ela primeiro cai em Gotham, o que faz a ligação de roteiro entre Superman e Batman, com direito a já conhecida piada, quando a chegada da Supergirl causa uma destruição e Batman fala pra Superman Sua prima causou tantos milhões de prejuízo, Superman responde Mande tudo para a minha conta que eu acerto e Batman responde Com salário de repórter?.
Esta versão da origem da Supergirl também se relaciona com Darkseid e as amazonas, com direito uma cena de luta fantástica entre Darkseid e a Supergirl em Smallville, no nível que gostaríamos de ver nos cinemas. O filme, apesar destas boas sequências, não é lá dos melhores, e por isso ficou em nona posição.
8 – Lanterna Verde: Primeiro Vôo
Um dos poucos filmes de animação do Lanterna Verde, o que é uma pena, pois gostaríamos de ver muito mais do universo rico do personagem, principalmente com relação às grandes histórias escritas por Geoff Johns. Este, que lembra um pouco a versão de origem do Lanterna Verde também escrita por Geoff Johns, Lanterna Verde: Origem Secreta, não se popularizou muito provavelmente porque na época o personagem ainda não tinha a popularidade que ganhou hoje, logo que hoje todos clamam demais por mais filmes do Lanterna Verde, mas o filme em si é bem legal.
O filme conta a versão de origem do Lanterna Verde que gostaríamos de ter visto no cinema, contando também como o Sinestro se tornou o vilão que conhecemos, tendo uma luta incrível entre os dois no final, mas que pecou em excessos, e por isto está aqui na oitava posição.
7 – Batman: Ataque ao Arkham
Este filme faz parte do universo Arkham, dos videogames. Ele meio que foi lançado como um prequel para os jogos, entre o Arkham Origins e o Arkham Asylum, e também serviu para lançar a popularidade o super-grupo de anti-heróis Esquadrão Suicida, um pouco inspirado em sua primeira missão em Os Novos 52, mas adaptado ao universo do jogo.
A história é muito boa e os personagens são pra lá de cativantes, como muitos disseram, seria muito bom se o filme que foi ao cinema se aproximasse mais do roteiro desta animação. Porém, esta animação peca em alguns furos, como a motivação do vilão e o objetivo contraditório da missão da Força Tarefa X, mas nos dá sequências incríveis de ação pondo tempo para nos apaixonarmos por cada um dos personagens.
6 – Liga da Justiça: A Nova Fronteira
Inspirado na série limitada DC: A Nova Fronteira, que conta uma versão de origem da Liga da Justiça num universo em que o grupo é criado exatamente na época em que a revista foi publicada pela primeira vez: nos anos 60, mas ao invés de situar-se no universo da Era de Prata em que as Terras eram separadas, situa-se num universo novo em que, apesar de encaixar-se na Era de Prata na Guerra Fria, todos os personagens de ambas as Terras 1 e 2 existem em uma única Terra, tal como acontece na Terra Nova da Era Moderna criada após a Crise das Infinitas Terras. E portanto, vemos a Sociedade da Justiça existir como um super-grupo de heróis criado para lutar pelos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial, mas que não teve mais função e caiu no esquecimento depois até começar a Guerra Fria e o mundo necessitar de ter a Liga da Justiça.
Vemos ser discutido tudo o que era da época, como a questão do racismo, do sexismo, e a bipolaridade mundial, mas numa metáfora transportada para a presença alienígena do Centro, uma raça extraterrestre que habita o centro da Terra e que foi responsável pela extinção dos dinossauros há muito tempo atrás e pela extinção dos marcianos no século 20, o que leva o Caçador de Marte a infiltrar-se como detetive na Terra e que leva a mais clara discussão de racismo já realizada num longa da DC Se a humanidade não consegue nem aceitar um ser humano de cor diferente, como vai aceitar um alienígena de cor que nunca viram?
5 – Batman: O Cavaleiro das Trevas, Parte 2
Inspirado nos dois capítulos finais de The Dark Knight Returns, do Frank Miller, é sequência de Batman: O Cavaleiro das Trevas, Parte 1, que só não entrou aqui na lista por não realizar uma boa adaptação dos dois primeiros capítulos da obra. Já esta Parte 2 realiza uma adaptação tão bem feita que até as modificações da graphic novel para o filme se tornam melhores. Vemos nessa animação momentos incríveis como o ataque do Coringa no programa da TV, a morte do vilão, o clássico embate entre Batman e Superman que inspirou demais o filme Batman v Superman: A Origem da Justiça inclusive na sequência do míssil que quase mata o Superman. E, é claro, vale muito a pena assistir a versão dublada em português, pois vemos a obra-prima que é o embate entre Márcio Seixas e Guilherme Briggs.
4 – Mulher Maravilha
A animação traz uma trama bastante parecida com a do mais recente filme de 2017 (exceto que ele se passa nos dias atuais e a Diana não aprende a usar o “Choque do Trovão” no final), com a diferença que este foi feito anos antes, em 2009.
Porém, é bem provável que ele tenha influenciado seu sucessor. (Há uma piada exatamente igual à do laço da verdade presente em liga da justiça, exceto que ao invés de acontecer com o Aquaman, ela ocorre com o Steve Trevor).
Enfim, a história da mulher vinda de uma terra distante para defender os valores de um mundo para o qual seu próprio povo virou as costas sempre terá relevância e um filme com uma mensagem tão poderosa assim não poderia ficar de fora dessa lista.
3 – Liga da Justiça: Ponto de Ignição
Acredito que este é o mais famoso e mais assistido filme de animação da Liga da Justiça, a ponto de que o público acredita até que os eventos do Ponto de Ignição retratados no seriado The Flash foram inspirados nesta animação e não nas histórias em quadrinhos – e de certa forma, foi inspirado em ambos.
Bem como eu já disse, este filme é uma adaptação bem resumida de uma série de 52 histórias que envolvem diversos personagens da DC, que começou como uma saga só do Flash, mas que acabou servindo de reboot para os quadrinhos da DC, o que já era um plano da editora havia muito tempo. Diferente da história em quadrinhos que começa em uma história sobre a Família Flash contra o Flash-Reverso, o filme começa com uma missão da Liga da Justiça contra a Galeria de Vilões, o que é bem útil até para apresentar os personagens que seriam trama central no Mundo do Flashpoint, já que o filme é da Liga da Justiça e não do Flash. Quando o Flash descobre que foi seu arqui-inimigo Flash-Reverso que matou sua mãe Nora Allen, Barry decide voltar no tempo e evitar o acontecimento e isto não só causa que Barry venha a nunca se tornar o Flash, mas altera todo o universo a sua volta, inclusive acontecimentos que vieram antes disto, como a chegada de Kal-El na Terra e a morte dos pais do Bruce Wayne.
Decidido a restaurar o universo a seu antigo status quo, Barry volta no tempo novamente para se impedir de salvar sua mãe, mas ao fazer isto, cria um novo universo diferente do original, um Paradoxo, que acaba sendo o responsável por uma nova série de filmes que iniciam-se em Liga da Justiça: Guerra e seguem uma sequência de eventos co-relacionados criando assim um novo universo de animações dentro do universo de animações da DC.
2 – Superman Vs A Elite
Baseada na HQ olho por olho, de Joe Kelly, o filme conta com o retorno de Kelly no Roteiro, e é uma verdadeira carta de amor ao personagem! A animação apresenta o embate do Superman em seu formato mais clássico possível, escoteiro, idealista e sonhador, contra o grupo de super-heróis que se auto intitula “A elite”, e que se destaca pela abordagem mais radical em relação ao combate ao crime.
A elite rapidamente ganha notoriedade ao se apresentar como uma alternativa moderna para o ultrapassado Superman, uma vez que eles se mostram dispostos a cruzar certos limites que o homem de aço não ultrapassa, como executar criminosos a sangue frio e interferir na política interna de outros países, e devido a isso, logo eles caem nas graças de uma boa parcela da população. Ou seja, o grande conflito do filme é mais ideológico do que físico na verdade (mas não se engane, o filme é recheado de sequências de ação) pois o Superman precisa provar não apenas sua força como também seus valores morais em relação aos da sociedade que vive. A partir disso, vemos um herói que questiona problemas reais da NOSSA sociedade, como pena de morte, abuso de poder e liberdades civis.
É um filme essencial para todo DCnauta, e provavelmente o melhor filme do Superman desde o clássico “Superman” de 1978 protagonizado por Christopher Reeve. Traduz todo o otimismo do personagem numa era de heróis céticos, e mostra o porquê de o Super ser o ícone que ele é, com destaques para as cenas iniciais e praticamente todo o terceiro ato do filme, além da trilha sonora e da dublagem nacional, principalmente no discurso final, onde vemos uma excelente performance do veterano Guilherme Briggs.
1- Batman Contra o Capuz Vermelho
Provavelmente o filme animado do Batman mais assistido dentre este Universo de Originais da DC e o primeiro em que a maioria assistiu também.
Inspirado em Batman: Sob O Capuz, uma história canônica do universo do Batman da Era Moderna que conta o retorno de Jason Todd, o segundo Robin morto pelo Coringa no final dos anos 80 e ressuscitado pela Crise Infinita que passa a agira como o anti-herói Capuz Vermelho em combate a tirania do Máscara Negra em um plano de vingança ao Batman e ao Coringa, culpando os dois pelo que aconteceu com ele.
O filme traz um exemplo de adaptação, contando com algumas modificações que só vieram a acrescentar não só ao filme como a algumas outras adaptações e até mesmo aos futuros quadrinhos, como a inserção do poder de ressurreição do Poço de Lázaro que passou a ser usado depois na série Arrow e nos quadrinhos pós-Flashpoint, tornando-se hoje a versão oficial da ressurreição do personagem Jason Todd que antes a única explicação era as consequências da Crise Infinita e o Poço de Lázaro estava na história apenas como regenerador de um corpo já vivo, mas que nunca foi capaz de trazer de volta uma alma.
O filme tem o melhor ritmo e roteiro de todas os longas de animação do Batman e ainda tinha o envolvimento do nosso querido Bruce Timm na produção, portanto, é merecido o primeiríssimo lugar.
E você, o que achou da nossa lista? Discorda de alguma posição? Deixe aí nos comentários e não esquece de compartilhar para seus amigos que também querem conhecer as melhores animações da DC.