A sensação de terror com as cenas de tirar o fôlego de Jurassic Park (1993) jamais sairá da minha cabeça. Depois, teve duas continuações bem fracas. O revival só aconteceu em 2015, com o início da saga Jurassic World. A nova trama não mata a primeira e foi bem nostálgica, agradando aos fãs e não saindo muito da zona de conforto. Mas, nada se compara a Jurassic World: Reino Ameaçadoque estreou nos cinemas brasileiros essa semana. É uma nova abordagem, se duvidar mais obscura que a do filme de 1993.
A trama é tensa: os humanos não sabem o que fazer com os dinossauros que destruíram o parque e continuam vivendo na Ilha Nublar. O vulcão da ilha está ativo, o que torna a decisão ainda mais urgente. Por um lado, tem os que defendem a manutenção da espécie transportando os animais para uma outra ilha e tem aqueles que preferem que a natureza aja sozinha e elimine, pela segunda vez, os dinossauros da existência. O que torna o filme mais chocante é um plano maquiavélico de tráfico dos animais e venda para criminosos utilizá-los como armas.
O diretor Juan Antonio Bayona conseguiu dois feitos brilhantes: além de usar sua expertise com filmes de terror tornando as cenas mais obscuras com um toque de suspense, ele não abusa do CGI como Colin Trevorrow fez no filme anterior. Para dar vida aos dinossauros, ele recorreu à animatrônicajunto com computação gráfica, obtendo um resultado mais realista.
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Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard) se veem envolvidos nesse plano maléfico e contam com a ajuda de Franklin (Justice Smith), que é o alívio cômico da película, e Zia, vivida por Daniella Pineda. Os quatro estão interpretando muito bem e possuem uma ótima química. Eu, particularmente me identifico com a Zia, dona de si e empoderada rs…E, como um fanservice, tem uma pequena participação de Jeff Goldblum como Ian Malcolm.
Uma característica do personagem Owen que acho muito interessante e que foi bem explorada nesse filme é o sentimento de carinho. Ele conviveu durante muito tempo com os dinossauros, os treinou, estudou seus comportamentos… E, em contraste, há a ganância e a crueldade da exploração e maus tratos aos animais. Essa é a pimenta da trama.
Eu só tenho um ponto negativo para destacar: a duração de 2h10 acho desnecessária. O início é meio arrastado e poderia engatar pelo menos uns 15 minutos antes… Se o longa tivesse 1h50, de repente, estava de bom tamanho. Mas, depois que engata, é maravilhoso, pois você mergulha de cabeça (literalmente, vocês verão isso rs) naquele universo.
Três coisas a serem consideradas na hora de escolher este filme para assistir no cinema. A primeira é a qualidade da imagem, mesmo sendo 2D, já dá um efeito maravilhoso. Eu dispensaria o 3D. E preparem-se para a cena pós-crédito pois tenho certeza que deixará você super ansioso por Jurassic World 3. Como cereja do bolo, ainda tem um momento em que toca o tema principal de Jurassic Park, feita por John Williams, que deixa qualquer um nostálgico. E aí, ficou com vontade?
Nota: 4,5/5