É incrível como o Pearl Jam é uma das poucas bandas do movimento Grunge do final dos anos 80 que ainda sobrevive, é claro, sabendo adaptar-se. Não é só as músicas clássicas da banda que são as mais pedidas, mas faixas de todos os novos álbuns também – inclusive eu senti falta de uma das minhas favoritas, World Wide Suicide.
No dia 21 de março de 2018, de volta ao Maracanã no Rio de Janeiro, com a abertura do Royal Blood, uma das poucas bandas atuais que consegue resgatar o espírito do Grunge, eu estava cantarolando quase que todas as faixas. O mais incrível é a pontualidade da entrada de cada banda, devo parabenizar a organização por isto. Era nove horas da noite e tinha uma galera entrando pra assistir a tempo, quando a banda já estava entrando também, como uma faixa do Phillip Glass, Metamorphosis Two, sendo tocada em gravação como prelúdio, a banda entra em palco com a música Release já dando um arrepio e de lá já escutávamos a cantoria do público acompanhando o vocalista Eddie Vedder.
Entra uma sequência de faixas cantaroladas em companhia com o público, Low Light, Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town, Go, All Night, naquele ritmo confortável e gostoso, mas a platéia começou a pular com Animal, e Eddie se esforça para falar com o público no final – Estamos muito felizes em estarmos de volta ao Maracanã – entre outras frases em Português mesmo, e volta a apresentar-se com Given to Fly. A partir daqui, a banda substituiu duas faixas da setlist de sua turnê – Faithful e Let’s the Record Play – por In Hiding e Jeremy – uma das clássicas e mais conhecidas da banda, que levantou ainda mais a galera – é neste momento em que o cantor desceu do palco para interagir ainda mais de perto com a galera.
Ainda mantendo o ritmo explosivo da metade do show, tocam a faixa Corduroy e, é claro, Even Flow. Um interlúdio mais calmo do show prossegue com as faixas Immortality, Wishlist – dedicada a banda Red Hot Chili Peppers, Mind Your Manners – uma das faixas do álbum mais recente Lightning Bolt – nome da faixa seguinte, Garden, Can’t Dany Me com participação do Chad Smith, baterista do Red Hot Chili Peppers e encerrando o primeiro ato do show com Porch. A partir daí começa o bis, que é quando a banda ameaça se despedir, aguardando que o público peça e espere por mais, é claro, porque eles ainda não apresentaram as mais aguardadas faixas da lista.
Eddie entra cantando uma de suas músicas solo, Sleeping By Myself, e a banda retorna com Inside Job, um mash-up de Daughter e W.M.A. e volta a explodir com Do The Evolution, também faixa do álbum mais recente. A platéia toda cantou em conjunto novamente com Black, mais uma das clássicas e mais aguardadas. A banda em seguida apresenta a faixa Leaving Here, um cover de Edward Holland Jr, dedicada a todas as mulheres, seguido de Blood e Better Man com um mash-up de I Wanna Be Your Girlfriend da banda Ramones e Save It For Later dos Beats. O espetáculo é encerrado com Alive, é claro, com participação de Josh Klinghoffer, guitarrista do Red Hot Chili Peppers, e na metade da canção, as luzes se acendem num estalo e permanecem até o fim, indicando o fim do espetáculo com Rockin’ In The Free World, cover do Neil Young, com participação do Chad Smith e do Josh Klinghoffer novamente. A faixa entrou no lugar de Baba O’Riley, por conta da participação dos músicos do Red Hot Chili Peppers, e encerrando finalmente com Yellow Ledbetter, um show mágico e inesquecível.