Ao ver Margot Robbie e Allison Janney sendo indicadas ao Oscar de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante, respectivamente, por Eu, Tonya, logo me interessei por esse drama baseado em fatos reais. A história polêmica envolvendo as patinadoras de gelo Tonya Harding e Nancy Kerrigan nas Olimpíadas de 1994, é só um dos capítulos conturbados da vida de Tonya retratados no filme. As pessoas só a conhecem como uma das vilãs do esporte americano, mas juro que ao conhecer como foi sua trajetória tive pena de um talento desperdiçado. Afinal, ela foi a primeira patinadora americana a realizar o triplo axel, um salto muito difícil de ser executado.
Margot Robbie, há muito tempo (desde O Lobo de Wall Street), já mostrou que não é apenas um rosto bonito e está perfeita como Tonya, expressando toda a garra, a raiva e o rancor que permeia toda a trama. Ela brilha sozinha em cenas marcantes, como nunca tínhamos visto. Já a humorista Allison Janney (Mãe) faz a mãe exigente e desequilibrada que abusava e batia na filha desde muito nova. Em uma interpretação cheia de humor negro e sarcasmo, ela faz o papel daquela que deveria ser a principal companheira e incentivadora da filha e acabou sendo o oposto.
Percebemos que Tonya se arrependeu de diversas decisões que tomou na vida. Namorou e se casou com Jeff, um cara que também batia nela (aliás, a interpretação de Sebastian Stan também está ótima), ao invés de fazer apresentações clássicas optava por ser rebelde (e mesmo sendo talentosa, isso a fazia perder pontos), e acabou destruindo sua promissora carreira por causa de uma bobagem que se transformou em caso de FBI em uma reação em cadeia.
É uma biografia diferente do que estamos acostumdos a ver. É um mockumentary (documentário falso) que a todo momento os personagens quebram a quarta parede e isso nos entretém, deixando o longa um pouco mais leve, já que sua temática é tao pesada. O crédito vai para o roteiro de Steven Rogers e para a direção de Craig Gillespie (A Garota Ideal).
Eu assisti a alguns vídeos das competições reais de Tonya e nossa! No filme é retratado de forma idêntica. Vale a pena conferir (se quiser depois de ver o filme comparar no Youtube é bem bacana). E vale também pelo relacionamento conturbado com a mãe (que, ao meu ver, é muito melhor que Lady Bird, seu concorrente direto. Leia minha crítica aqui ). Este está concorrendo às mesmas categorias: melhor atriz (Saoirse Ronan) e melhor atriz coadjuvante (Laurie Metcalf). Só mais duas observações: a trilha sonora é incrível e o filme também está indicado ao Oscar de melhor montagem.
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Nota: 5/5