Sabe aquele filme que você nunca se cansa de ver? Pode estar passando na TV a qualquer hora que, se você estiver zapeando e achá-lo, vai assistir, mesmo sendo pela vigésima vez? Isso descreve o meu caso de amor com o novo filme de Edgar Wright, Em ritmo de fuga (Baby driver no original). Movido à música, cortes rápidos e o mais perfeito timing de comédia, o diretor de outro filme que amo, Scott Pilgrim contra o mundo, consegue, mais uma vez, acertar neste longa de ação. E que roteiro! E que trilha sonora! E que elenco!
Vivendo uma vida louca, revezando momentos de azar e sorte, o protagonista Baby (Ansel Elgort, sou fã dele) é um motorista sensacional, profissional contratado para as mais loucas escapadas de carro, com um ritual estranho de pagamento pelos serviços prestados pelo contraventor Doc (Kevin Spacey, sempre estupendo).
O filme tem cor, tem emoção e um charme oitentista (lembra muito os classicões da Sessão da Tarde). Em ritmo de fuga elenca dezenas de composições célebres assinadas ou cantadas por figurões como Paul Simon, Isaac Hayes, Lionel Richie e Queen. Eu nem preciso dizer o quanto amei essa mistura e o quanto é excelente como é a trilha sonora de Scott Pilgrim (rotineiramente escuto no trabalho, inclusive).
Dinheiro, sexo, drogas, rock e ação comandam Em ritmo de fuga. Traições e reviravoltas dão pimenta ao roteiro. É muito divertido acompanhar a evolução dos personagens, a forma como Baby se apaixona pela garçonete Debora (Lily James), o tipo de relação que ele tem com outros criminosos, que mesmo bem estereotipados, estão incríveis nas peles de Eiza González, Jon Hamm, Jamie Foxx, Jon Bernthal e até de Flea (Red Hot Chilli Peppers). Só acho uma pena a participação de Bernthal ser pequena (bem que sua participação poderia ser tão marcante e violenta quanto como foi com o Justiceiro em Demolidor, né? rs)
Algumas pessoas sabem, mas não posso deixar de falar isso, é que Elgort canta e dança muito bem e como o filme é musical, ele está perfeito no papel. Assista ao clipe dele e confira o quanto ele canta bem. Por sinal, ironicamente, seu hit parece muito com as canções da década de 80 e se chama Thief rs. O filme tem todo um ritmo e coreografia próprios, é simplesmente brilhante. Não entrarei em muitos detalhes da história porque acho que posso, sem querer, dar spoiler e estragar as ótimas surpresas que o filme tem. Mas, saiba que será diversão na certa.
E, para concluir, uma pena esse filme ter tido um marketing fraco por aqui. Lá nos EUA, eles usaram artilharia pesada na propaganda, sendo considerado um dos filmes mais aguardados desse ano. Assista e depois me conta se você achou meio parecido com Kingsman, por exemplo, que é outra obra de arte. Ah, e se quiser ver algo fenomenal, assista a esse pedacinho do programa The Late Late Show com Jamie Foxx e Ansel Elgort (de nada!).
Nota: 5/5