O seriado American Gods da rede STARZ que adapta o livro Deuses Americanos de Neil Gaiman está chegando ao fim neste domingo e provavelmente espera-se algumas revelações. Para tanto, aguardamos até a véspera do lançamento do episódio final para explicar quem é cada um dos personagens, logo que provavelmente não será tudo explicado dentro do tempo de uma hora, até porque ainda serão introduzidos personagens neste último episódio como o Jesus Americano e a Deusa Easter, saiba tudo sobre a relação dos dois personagens neste link.
Mr. Wednesday, o poderoso Odin, deus supremo nórdico.
American Gods trata-se de uma batalha definitiva pela sobrevivência dos deuses, de um lado, os velhos deuses liderados por Mr. Wednesday, que muitos já identificaram que se trata do poderoso Odin, deus supremo do panteão nórdico.
A série manteve muita cautela sobre o personagem, apesar de que deu bastante dicas para quem quisesse perceber. O pôster de divulgação deixava bem claro, com o olho de vidro realçado e os dois corvos que o acompanham. Além disto, o próprio nome do personagem já é uma dica e inclusive quando este se apresenta, rola uma piada bem sutil para quem entende de inglês. Quando o protagonista Shadow Moon pergunta seu nome e ele diz que o dia de hoje, que no caso era quarta-feira, é o dia dele, mas que apesar de que hoje está com cara de quinta.
Para quem não entendeu a brincadeira, é que no inglês Wednesday – quarta-feira – significa literalmente Dia de Woden, ou melhor Dia de Odin, e Thursday – quinta-feira – significa claramente Dia de Thor e como naquele dia chovia e relampeja, tinha mais cara de Dia de Thor. Já a identidade do personagem ficou bem clara no quinto episódio, quando Mr. Wednesday pela primeira vez fala com os corvos que os acompanham, Mad Sweeney o refere como um antigo deus, e a deusa Mídia menciona o nome ODIN batizando um suposto torpedo em sua homenagem.
Mad Sweeney é Buile Shuibhne, rei em uma antiga lenda irlandesa.
O personagem Mad Sweeney o tempo todo se refere como um mero leprechaun, remetendo a forma como as lendas irlandesas ficaram popularizadas após o cristianismo. Mas na verdade, o personagem é o Buile Shuibhne, um grande rei de uma antiga lenda irlandesa. O sétimo episódio conta sua história, de como foi sua decadência, desde que era um rei, até sua queda após a chegada do cristianismo e sua migração para a América, onde se sustentou-se pela crença dos poucos irlandeses que ainda contavam sua história.
Para quem ainda não entendeu, na mitologia de American Gods, assim como em muitas obras modernas, os deuses são imortais, mas podem ser mortos em batalha e também envelhecerem caso sejam esquecidos. E para cada uma adoração, um deus novo nasce, como se fosse uma personificação, e tem uma vida com problemas humanos, apesar de sua longa existência, tendo que sustentar-se com trabalhos humanos.
Bilquis é rainha de Sabá do Antigo Testamento.
A misteriosa prostituta que devora homens com sua boca de baixo é Bilquis, uma antiga rainha de Sabá, lenda poderosa citada no Velho Testamento. Acredita-se que ela seria uma espécie de demônio sexual que seduz o homem e tira proveito de sua grandeza e que teria feito o mesmo com o próprio Rei Salomão.

Technical Boy é um dos mais novos deuses, liderados pelo Mr. World. Como cada criação adorada pelo ser humano dá a vida a um deus, o Technical Boy é jovem pois representa os computadores e a internet e assim sendo representado como um novo rico.

Mr. Nancy, ou melhor, Anansi, o deus africano da trapaça, tal como o Loki foi para o panteão nórdico, este deus se fortalece com o sacrifício humano. Ele se aproveita da inocência dos negros escravos levados a América e se engrandece lá.
Mídia é a nova deusa da televisão.
Na minha opinião, a mais aterrorizante dos novos deuses é a Mídia. Ela foi criada a partir da veneração do ser humano pelos televisores. Quanto mais horas e horas as pessoas passam em frente a uma televisão, mais engrandecem a deusa, como se a televisão fosse um altar no meio do templo que é a sala.
As irmãs Zorya Utrennyaya, Vechernyaya e Polunochnaya que representam respectivamente a estrela da manhã, a estrela do crepúsculo e a estrela da meia-noite, são lendas eslavas, tal como Czernobog, deus da escuridão.
As três irmãs Zorya de uma antiga lenda eslava. Cada uma delas representa um horário do dia, Utrennyaya é a estrela da manhã, Vechernyaya, a estrela do crepúsculo, e Polunochnaya, a estrela da meia-noite. Elas servem Dazbog que vigia Simargl, que presenta o dia do julgamento final na crença eslava. Simargl, no caso, seria um que está preso à estrela Polaris na constelação da Ursa Menor. As três revesam os turnos de vigília pelo cão, pois se este escapar, ele pode devorar o mundo. São parentes de Czernobog, o deus eslavo da escuridão que faz contraste com Bielebog, o deus da luz.
Mr. Jacquel e Mr. Ibis são respectivamente Anubis e Tot, deuses egípcios.
Mr. Jacquel já é mais conhecido do povo, trata-se de Anubis, o deus egípcio da morte e da mumificação. Ele ainda vive para levar os mortos a paz ou a escuridão no pós-vida. E em Terra, ele se especializou na preparação de cadáveres para velórios, tendo assim a sua própria firma com Mr. Ibis, que é ninguém mais, ninguém menos do que o próprio Tot, o deus egípcio do conhecimento e da escrita. Tem como costume, escrever pequenas biografias das pessoas que levaram os deuses para a América, sendo como se fosse o responsável pelos relatos que temos e pela preservação dos deuses como lendas.
Mr. World é o novo deus da globalização e líder dos Black Hats.
Mr. World, o novo deus da globalização e líder dos novos deuses, tal como seus irmãos Black Hats: Mister Town, Mister Wood e Mister Stone, foram criados a partir da obsessão dos norte-americanos pelos helicópteros pretos e mais precisamente pelos homens de preto. São mestres na espionagem e estão sempre observando.
Vulcan é o antigo Hefesto, ferreiro dos deuses gregos.
Vulcan é um personagem que não aparece no livro, mas só na série. É o antigo deus Hefesto, ferreiro dos deuses olimpianos. Foi um dos que se fortaleceu nos Estados Unidos por conta da obsessão deles por armas. Criou a própria fabricação de armas e cada morte por uma bala com seu nome é um sacrifício a ele. Sendo assim, não tendo motivo para se opor aos Novos Deuses.
Easter é Ostara, deusa nórdica da primavera e da Páscoa, que agora é relacionada a Jesus Cristo.
Easter, ou Ostara, a deusa nórdica da primavera e da páscoa. Perdeu poder quando a páscoa passou a ser associada a Jesus Cristo e por isto guarda mágoa por ele. Jesus Cristo este que, apesar de não ser aliado aos Novos Deuses, é um dos poucos dos velhos deuses que cada vez mais engrandece. Como o próprio Mr. Wednesday disse, ele surge cada vez em uma forma diferente dependendo de quem nele acredita, assim podendo existir um Jesus negro, um Jesus branco, um Jesus latino como já apareceu, e assim vai.
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